martes, 31 de enero de 2012

Vingadores de Deus, missão angélica quase desconhecida

CATOLICISMO
MARZO 1992

Vingadores de Deus, missão angélica quase desconhecida
No Antigo Testamento, além do conhecido papel de proteção exercido pelos anjos, também figuram eles como agentes vingadores da justiça divina.
José Maria Rivoir 
Lot e sua família fogem de Sodoma, consumida pelo fogo enviado do Céu mediante a ação de um anjo
Qual a imagem, que a maioria dos católicos atuais forma, quando se fala em anjo? É a de um conhecido clichê, freqüente na iconografia popular e que aparece até em folhinhas de parede: o anjo da guarda amparando a criancinha que atravessa uma frágil ponte...
Mesmo essa visão dos anjos custódios é deformada em nossa época, como teve oportunidade de apontar o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em seu artigo O anjo da guarda é menos inteligeme que o demônio?(Catolicismo, maio de 1954).
Além do anjo da guarda, três outros espíritos celestes, quando muito, se incluem no panorama mental de boa parte dos fiéis: São Miguel, lançando o brado “Quem como Deus?”, chefe da milícia de anjos fiéis e vencedor do dragão infernal; São Rafael, que protegeu Tobias em sua viagem; e São Gabriel, cuja festa se comemora a 24 deste mês, o Arcanjo que anunciou a Maria Santíssima a Encarnação do Verbo Divino.
Já serão, por certo, bem menos numerosos os que sabem ter sido esse Arcanjo enviado ao profeta Daniel para instruí-lo acerca da data em que o Messias deveria nascer; como também que foi o mesmo mensageiro celeste que anunciou a São Zacarias a honra de vir a ser o pai de São João Batista, precursor do Messias.
Isto posto, nada melhor do que considerarmos agora o aspecto puniente das inumeráveis missões que os anjos exercem.
A multidão angélica
Ensina São Tomás de Aquino que a providência dos anjos é universal e se estende sobre todas as criaturas corporais, regidas e governadas pela Providência Divina por intermédio deles (cfr. De Veritate, q. V, a. 8). Tanto mais que a Providência Divina se estende mesmo às coisas singulares (cfr. Contra Gentiles, c.76).
Quanto ao universo angélico, Deus não foi parco ao criá-lo. São Tomás é muito claro a respeito do número incomensurável de anjos: “Os anjos formam uma multidão imensa, superior à multidão dos seres materiais, porque quanto mais perfeitas são as coisas, com tanto maior prodigalidade são criadas por Deus” (Suma Teológica, Ia., q.50, a. 3).
Dentre as incontáveis missões confiadas por Deus aos anjos, uma, pouco realçada, é a ação punitiva, exterminadora e devastadora, que eles podem exercer. Episódios históricos famosos, narrados pelas Sagradas Escrituras, são exemplos elucidativos de tais intervenções angélicas de cunho exterminador. Vejamos alguns deles, extraídos do Antigo Testamento.
São fatos que atestam a atuação dos espíritos celestes como instrumentos eficazes da justiça divina, como seus gládios vingadores. Papel muito importante e real, pouco conhecido contudo, provavelmente porque se choca contra a mentalidade adocicada de tantos católicos mal formados, refratários à idéia de anjos punientes e de um Deus justiceiro. De acordo com essa mentalidade distorcida, é mais agradável focalizar o anjo apenas como guardião das criancinhas em perigo e não considerar o reverso da medalha...
A morte dos primogênitos
Tendo o Faraó, rei do Egito, se negado a libertar do cativeiro o povo eleito, Deus castigou-o com as famosas e terríveis dez pragas, a última das quais foi a morte de “todos os primogênitos da terra do Egito, desde o primogênito do Faraó... até o primogênito da escrava, que está à mó, e até os primogênitos dos animais” (Ex. 11, 4-5).
Eis o que, a respeito, comenta Cornélio a Lápide, famoso exegeta flamengo do século XVII:“O anjo matou esses primogênitos pelo gládio e não pela peste. Com efeito, na Escritura, gládio significa todo instrumento mortífero, toda arma, todo gênero de morte, como disse alhures. Aliás, o anjo não necessita do gládio, pois é-lhe facílimo, sozinho, matar os homens, despedaçando-lhes o coração, perturbando-lhes as partes vitais, sufocando-os, ou por outros modos semelhantes, assim como nós, homens, esmagamos e matamos pulgas com o dedo” (Comelius a Lapide,Commentaria in Scripturam Sacram, Vivès, Paris, 1874, t.l, p. 521).
Mais adiante, no mesmo livro do Exodus (23, 20-23), a narração bíblica é muito clara, quando Deus promete sua bênção e recompensa a quem observa sua Lei: “E eis que eu enviarei o meu anjo, que vá adiante de ti, e te guarde pelo caminho, e te introduza no lugar que preparei. Respeita-o, e ouve a sua voz, e vê que não o desprezes; porque ele não te perdoará, se pecares, e o meu nome está nele. Se ouvires a sua voz, efizeres tudo o que te digo, eu serei inimigo dos teus inimigos, e eu afligirei os que te afligem. E o meu anjo caminhará adiante de ti, e te introduzirá na terra dos Amorreus, e dos Heteus, e dos Ferezeus, e dos Cananeus, e dos Heveus, e dos Jebuseus, os quais exterminarei”. Esta mesma ameaça é reiterada no Cap. 33, verso 2, quando Deus ordena a Moisés que o povo judeu parta do Egito.
Estrépito sobre as árvores
O Arcanjo São Miguel exterminando o exército de Senaqueribe
Os filisteus –– povo que vivia na zona litorânea da Palestina –– levantaram-se contra Davi, quando souberam que ele tinha sido ungido rei de Israel. Então Davi pediu, e obteve, o auxílio divino para enfrentar seus temíveis inimigos (cfr. II Livro dos Reis, 5, 17 -25). Eis o papel dos anjos na luta contra os filisteus, conforme os comentários de Comélio a Lápide: "Os anjos, enviados de Deus e como que generGlS da guerra, produ::.iam um som estrepitoso no alto das pereiras, como se estivessem avançando para o combate ao lado de Davi contra os filisteus, afim de que estes se atemorizassem ao ouvirem o ruído da chegada de incontáveis adversários, ao mesmo tempo em que eram acossados na retaguarda por Davi. Donde o caldeu tradu::.ir: 'Quando ouvires um rumor no cimo das árvores, então consola-te, porque o anjo do Senhor irá adiante de ti para exterminar os exércitos dosfilisteus'. Aqui se vê o maravilhoso auxílio divino que Davi recebeu na batalha. Pois Deus, lutando por seu rei Dal'i, afim de derrotar os filisteus, quis que o estrépito dos anjos, produ::.ido no cimo das pereiras, chegasse aos ouvidos dos invasores como ruído de um potente exército,afugentando-os efa~endo-os cair nas mãos de Davi. E assim fossem mortos pelo rei e por seus anjos tutelares" (op.cit., p. 452).
O anjo estende sua mão
Deus castigou os israelitas, com a peste, pelo fato de o rei Davi ter ordenado o recenseamento do povo, contrariando a vontade divina. Tratam desse episódio o II Livro dos Reis, capo 24, e o capo 27 do I Livro de Paralipômenos: "E, tendo estendido o anjo do Senhor a sua mão sobre Jerusalém para a destruir, o Senhor compadeceu-se de sua aflição, e disse ao anjo exterminador do povo: Basta, detém agora a tua mão".
Comenta Comélio a Lápide: "Aqui fica claro que este anjo, que infligiu a peste, era um anjo bom e não mau. Foi um anjo bom que queimou Sodoma (Gen. XIX), e também aqui, como se vê no verso XVII, onde Davi pede misericórdia ao anjo. Anteriormente, o anjo havia ferido com a peste as outras tribos e delas matado setenta mil homens. No terceiro dia [do castigo J, teria também ferido Jerusalém e aí aniquilado a muitos, pois os habitantes dessa cidade hm'iam ofendido a Deus, não só conspirando com Absalão [filho de Davi) contra o rei, como também por muitos outros pecados" (op.cit.,p. 536).
Extermínio de um exército.
A ação aniquiladora dos anjos mais citada no Antigo Testamento foi a matança de 185 mil homens do exército de Senaqueribe, rei da Assíria, que havia cercado Jerusalém, no reinado de Ezequias (*). Tal fato, ocorrido numa época em que a Ásia Menor constituía o mundo habitado e conhecido de então, é deturpado pelo historiador grego Heródoto, em sua obra Eutelpe, trocando Judá por Egito e Ezequias por Vulcão (cfr. Comélio a Lápide, op.cit., t. IV, p.189). É legítimo, então, perguntar se foi esta a única vez que historiadores tenham deturpado ações angé1icas semelhantes à que estamos considerando. Segundo Comélio a Lápide, teria sido São Miguel Arcanjo, príncipe da milícia celeste, quem teria matado os 185 mil assírios (op. cit., t. m, p. 165).
* * *
Eis, em breves pinceladas, alguns exemplos do papel exterminador dos anjos no Antigo Testamento.
Cabe legitimamente indagar se esse papel se restringiu apenas àquele período histórico, ou se os anjos continuam a atuar em eventos decisivos da história da salvação, na vigência do Novo Testamento. Isso, entretanto, já é matéria para outro artigo.
  
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(*) IV Livro dos Reis, 19,35; 11 Livro dos Paralipômenos, 32, 21; Eclesiástico 48, 24; Isaías 37, 36; I Livro dos Macabeus 7, 41 e 11 Livro dos Macabeus, 15,22.

lunes, 30 de enero de 2012

Vendido por 32.000 euros el cuadro pintado por Hitler «Paisaje marino nocturno»

ARTE

Vendido por 32.000 euros el cuadro pintado por Hitler «Paisaje marino nocturno»

La pintura fue adquirida a través de la web de subastas Darte por un comprador que no ha querido revelar su identidad

ABC - Día 30/01/2012 - 11.44h
Un cuadro titulado «Paisaje marino nocturno» pintado por Adolf Hitler en su juventud ha sido vendido por 32.000 euros en una subasta este domingo a través de la web de la casa eslovaca Darte.
El precio de apertura fue de 10.000 euros aunque su valor se estimó en 25.000 euros, según declaró Jaroslav Krajnak, el propietario de Darte.
El cuadro de 60x48 centímetros pintado en 1913 muestra un paisaje marino bajo la luna llena y fue pintado por Hitler durante la época en la que ejercía como artista en Viena. «Todos le conocemos como un déspota. Entonces no barruntaba que se convertiría en uno de ellos. Quería ser artista», dijo Krajnak.
«La pintura fue vendida por la familia de un pintor eslovaco que probablemente conoció personalmente a Hitler en la capital austriaca y fue adquirido en la época de la Primera República Checoslovaca (1918-1938)», declaró Krajnak, quien señaló que el comprador no ha querido revelar su identidad.
El año pasado Darte ya vendió por 10.200 euros otro cuadro de Adolf Hitler ofrecido por la misma familia.

viernes, 27 de enero de 2012

“Yo vi todo el plan aniquilador de Hitler para los judíos”

ENTREVISTA / GEORGES LOINGER

“Yo vi todo el plan aniquilador de Hitler para los judíos”

Georges Loinger, el ‘pasador de niños’, evacuó a 350 pequeños a Suiza y los salvó del nazismo


A sus 101 años, da charlas para que no se olvide el Holocausto. / SANTI BURGOS
A sus 101 años, Georges Loinger sigue aceptando todas las invitaciones para dar testimonio de los horrores causados por Adolf Hitler y su régimen de terror. Acaba de llegar en avión desde París a Madrid para participar en un seminario organizado por Sefarad-Israel coincidiendo con el Día de la Memoria del Holocausto, que ayer se conmemoró en Madrid. Loinger tiene energía suficiente para dar una conferencia en la Residencia de Estudiantes y atender a los periodistas. A la hora de la cena se le nota cansado. Inicialmente, no tiene demasiadas ganas de comer. Pero más tarde se animará a dar cuenta de la crema de calabaza y de la pechuga de pavo del menú. Solo bebe agua.
“Estoy aquí porque quiero recordar a las generaciones futuras el plan aniquilador de los judíos trazado por Hitler. Yo lo vi todo”, cuenta cuando se le pregunta qué le mueve a hacer el esfuerzo que supone un viaje para un hombre con más de un siglo de vida.
Loinger organizó en 1942 una red de la Organización de Ayuda a Niños (OSE, en francés) para evacuar a menores judíos a Suiza, ante el peligro que suponía la persecución desatada por el régimen nazi en Francia. Para esas fechas, ya se intuía cuál era el destino de los trenes que partían de Drancy: los campos de exterminio.
La dirección de la OSE encargó a Loinger la creación de un entramado para el paso de niños desde Francia a Suiza, con base de operaciones en Annemasse. La organización ideó una ingeniosa estratagema: Loinger llevaba a los chiquillos a jugar al fútbol junto a la frontera franco-suiza y, cuando la pelota caía en territorio helvético, el niño corría tras ella... y ya se quedaba allí. Estaba salvado. El ardid funcionó porque las patrullas de vigilancia estaban formadas por soldados italianos, aliados de Hitler, que no ponían gran empeño en la tarea, según recuerda Loinger. En esas labores era ayudado por su primo Marcel Mangel, quien con el correr de los años se convertiría en el célebre mimo conocido como Marcel Marceau.

Un oficial puso una pistola en la cabeza de mi hijo menor y me advirtió: ‘Si te mueves, mato al niño”, rememora este centenario
Loinger logró poner a salvo personalmente a 350 de los 1.000 niños que evacuó la trama montada por él. “El peor recuerdo de aquella época está ligado precisamente a mi propia vida. Cuando iba a pasar a mi esposa y a mis dos hijos, apareció una patrulla alemana. Un oficial puso una pistola en la cabeza de mi hijo menor y me advirtió: ‘Si te mueves, mato al niño”, rememora este centenario. Pero, aprovechando un momento de confusión, consiguieron ponerse a salvo y cruzar horas después a Suiza. “No supe nada de mi familia, que estaba en Ginebra, hasta seis meses después”, añade.
El antiguo pasador de niños sería más tarde, durante 25 años, director de la Compañía de Navegación Israelí en París. Hoy preside la Asociación de Veteranos de la Resistencia Judía en Francia.
¿Qué opina del resurgir de partidos neonazis que incluso están llegando al poder en Europa? “Suponen una minoría”, asevera. “Lo esencial es que Alemania y Francia, los países más fuertes, garantizan la estabilidad y nos protegen de ese peligro. Alemania, que tuvo el accidente de Hitler, es una de las grandes culturas del mundo”. Este “ardiente europeísta” afirma que no le da miedo el florecer de estos grupos. “Siempre habrá gente que odie a los judíos”, concluye.

miércoles, 25 de enero de 2012

La Virgen que vio Lepanto

CULTURA

La Virgen que vio Lepanto

El Museo Naval recupera la talla que iba en la Galera Real durante la decisiva victoria de 1571

Día 25/01/2012
Solo para que se hagan una idea... ¿Han visto los portaaviones de la VI Flota que patrullan en el Estrecho de Ormuz? Pues algo así era ella aquel 7 de octubre de 1571, cuando los buques de la Liga Santa, de los que era la nao capitana, se zurraron la badana contra el Turco en Lepanto.
Ella, la Galera Real, era el buque más formidable de su tiempo, y además de reunir toda la tecnología punta del momento, era en su zona de popa un auténtico palacete, diseñado por un gran humanista y afamado poeta en su época, Juan Mal de Lara, quien fue el responsable de la lujosa ornamentación en rojo y oro y las numerosas esculturas y bajorrelieves, muchos religiosos que la convertían en un buque a la medida de su dueño, Su Majestad Católica Felipe II y de su bravísimo huésped y capitán, Don Juan de Austria, Almirante en Jefe de nuestra arriesgada marinería en aquella batalla que cambió el curso de la Historia. «La Real» se vio cara a cara con «La Sultana», el buque insignia de los otomanos, en el que viajaba Alí Pachá, que fue abordada por los nuestros, no sin altísimo coste en vida y esfuerzos, que acabaron con el tal Pachá finiquitado por un infante de marina español. Era tal el portento de la galera que se cuenta que dos navíos auxiliares tenían que pegarse a su popa para empujarla.

Vuelta a nacer

Y como es habitual entre la gente del mar, máxime en la de nuestros navíos que debían aventurarse en la Mar Océana, en aguas infestadas de infieles y luteranos, no podía faltar entre los pertrechos de nuestra capitana lepantina una virgen que amparase y protegiese a nuestra tropa. «La Real» la llevaba y durante años se la perdió la pista, pero ha vuelto a nacer y está ahora mismo en una de las salas de restauración del Museo Naval a los cuidados del restaurador José María Gálvez Farfán que quiere volver a vestirla de gala. Es una Virgen del Rosario, que tal festividad era cuando le dimos lo suyo al Gran Turco y se la conoce también como Virgen de la Victoria pues ella nos guió hacia la gloria y el triunfo.
La Virgen fue un regalo hecho por los alilados venecianos a don Juan de Austria. Cuando éste dejó los mares quiso que la virgen, curtida también en el trance de Lepanto, descansara en manos de la Cofradía de las Galeras de la iglesia de San Juan de Lebrón de El Puerto de Santa María. Tras idas y venidas y algunas zozobras surcando los mares de la vida, llegó al Colegio de Guardiamarinas, en el año de 1854. Allí fue restaurada pero el tiempo fue inclemente con ella. Hasta hoy.
Cara a cara, la virgen impresiona y a fuer de ser sinceros el medio rostro que aquí se muestra sin duda debió infundir algo más que ánimos a los nuestros en aquel envite heroico y decisivo de Lepanto.

Restauración en vivo y en directo