viernes, 25 de junio de 2010

A DINASTIA DO "THE NEW YORK TIMES"


A DINASTIA DO "THE NEW YORK TIMES"


Foto Ilustrativa


"Os Ochs e os Sulzberger formam o clã mais poderoso do século XX, nos Estados Unidos. Além de deter o controle do The New York Times há mais de cem anos, sempre atuaram na mídia impressa, garantindo com isso uma posição de enorme influência que tem sido transmitida através de quatro gerações, como se fosse um direito hereditário".

Edição 39 - Dezembro de 2002

Estas palavras fazem parte do prefácio do livro The Trust, a primeira obra que narra a dramática saga desta verdadeira "monarquia moderna", como é considerada nos Estados Unidos. Seu início é marcado pela compra, em 1896, do The New-York Daily Times, fundado em 1815 por Henry Jarvis Raymond e George Jones. Adolph Ochs tinha então 38 anos.

De um pequeno jornal de quatro páginas, produzido em uma sala em downtown Manhattan, sob a mão firme do novo proprietário, e já com o nome de The New-York Times, o veículo tornou-se um dos pilares da imprensa norte-americana através das décadas. O livro The Trust foi escrito por Susan E. Tifft e Alex S. Jones, com total cooperação das famílias e ampla liberdade de pesquisa nos arquivos do jornal. Segundo os críticos, a obra é um retrato fiel de como Ochs, filho de imigrantes judeus alemães pobres, transformou um jornal que, em 1896, estava à beira da bancarrota, no mais respeitado e poderoso veículo do país.


Nascido em Cincin-nati (Ohio), em 12 de março de 1858, é filho de Julius Ochs, judeu erudito que chegou aos EUA em 1845, mudando-se com a esposa Bertha (Levy, de solteira) posteriormente para o Tennes-see. Aos 11 anos, Adolph Ochs abandona a escola para trabalhar e ajudar no sustento familiar. Em 1869 torna-se assistente da gráfica no jornal Knoxville Chronicle, recebendo um salário semanal de US$ 1,50. Foi nesse emprego que o então jovem Ochs começou a adquirir a experiência que o levaria ao sucesso, décadas mais tarde. Tornou-se repórter, gráfico e assistente de edição. Casou-se com Iphigene Wise, filha do rabino Isaac Mayer Wise e, em 1878, comprou o Chattanooga Times, tornando-se, então, aos 20 anos, editor.

Seu senso de oportunidade e sua perspicácia começaram a despontar logo após a aquisição do veículo no Tennessee, que se tornou rapidamente um dos jornais mais prósperos e respeitados no sul dos Estados Unidos. Foi nesse período que Ochs começou a desenvolver os princípios que o tornariam o editor mais influente da história da imprensa americana. Três anos após a compra do novo órgão de comunicação, Ochs conseguia vencer a concorrência da chamada "imprensa marrom", cujas armas principais eram o sensacionalismo e o baixo preço dos exemplares. Para enfrentar a concorrência, Ochs também reduziu o preço do jornal, aumentou a tiragem e provou que era possível conciliar boa circulação e bons lucros com jornalismo ético. Ochs foi pioneiro, também, na divisão interna do jornal entre uma linha editorial e, portanto, de opinião, e outra de pura informação. Sobre esta última costumava dizer: "Um dos nossos objetivos primordiais deve ser dar a informação, completa, de forma concisa e atraente".

Pelas palavras dos autores do The Trust, é possível ver como os valores familiares e os preconceitos de Ochs determinaram a linha editorial e a sua quase obsessiva e constante busca da objetividade na transmissão da informação. Ao morrer, em 1935, transmitiu a seus herdeiros o desejo de que o The New York Times conti-nuasse sempre devotado aos interesses do público e não presa dos desejos ou ambições de um ou outro grupo político. Esta postura fez-se presente também nos temas ligados à comunidade judaica, nos Estados Unidos e no mundo, e, posteriormente, nos relacionados com o Estado de Israel. Esse temor de que o jornal fosse considerado "defensor dos interesses judaicos" levou a tal imparcialidade que, inúmeras vezes, chegou a ser acusado, por segmentos da comunidade, de tenden-cioso em relação aos judeus e ao Estado de Israel. Respondia dizendo que a ameaça do anti-semitismo estava sendo usada por alguns judeus como cobertura política para algum tipo de nacionalismo o que ele abominava.

Segundo os autores do livro, "embora Ochs fosse extremamente consciente de sua herança judaica, seus vínculos religiosos o preocupavam por não querer misturá-los com a imagem e o sucesso do jornal. Fez tudo para mostrar à classe dominante não judia que os judeus poderiam ser cidadãos de referência, cunhando o slogan "Todas as notícias cabíveis merecem ser impressas". Era recatado e conseguiu manter-se distante das luzes da ribalta. Por isso, conseguiu criar um confortável muro entre ele e a elite não-judia, ao mesmo tempo em que conquistava seu respeito".

Durante o tempo em que esteve à frente do The New York Times, Ochs manteve-se fiel a este princípio, com uma única exceção. Dizem Tifft e Jones que foi justamente esta exceção o que o fez nunca abrir mão de seu princípio de isenção, não importando a que preço. Segundo a narrativa em The Trust, em 1915, o proeminente advogado e então presidente do American Jewish Committee, Louis Marshall, pediu a Ochs que usasse o jornal para apoiar seu cliente Leo Frank, condenado à morte sob a acusação de abuso sexual e de assassi-nato de um operário em uma fábrica na Geórgia. Frank seria executado em junho daquele ano. Como o julgamento havia sido marcado por claras demonstrações de anti-semitismo, o The New York Times lançou uma campanha para persuadir o governador a mudar a sentença para prisão perpétua, o que de fato acabou acontecendo.

Dois meses mais tarde, uma multidão furiosa invadiu a prisão onde Frank estava e o enforcou. Embora Ochs estivesse abalado pelo fato, as histórias publicadas pelo jornal não deixavam dúvidas de que o anti-semitismo latente no seio da população da Geórgia fora o principal responsável pela violência contra Frank. No mesmo período, o jornal recebeu inúmeras mensagens críticas à sua abordagem do tema, incluindo uma do The Macon Telegraph afirmando que "fora a interferência externa dos judeus, principalmente a "ofensiva propaganda" do The New York Times, a responsável pelo linchamento de Frank".


Nunca mais Ochs permitiu que o jornal fosse usado em prol de causa alguma. A partir daquele evento, passou a lidar com cautela ainda maior as questões que envolvessem judeus tudo para evitar que fosse definido como "pró-judaico" exigindo, inclusive, um rigor excessivo em todos os assuntos judaicos. Por sua determinação, a cobertura dos fatos ligados ao anti-semitismo, na Europa, só ganharam mais espaço nas colunas do The New York Times quando Hitler assumiu o poder, em 1933, e a sua política contra os judeus já não podia mais ser negada. E esta linha foi mantida mesmo por seu sucessor, Arthur Sulzberger, como veremos abaixo, que parecia mais preocupado com o fato de pensarem que ele dirigia um "jornal judaico" do que com a ascensão de Hitler.

Durante os primeiros anos de Ochs como editor do jornal, ele introduziu novas seções, entre as quais a Book Review e o The New York Times Magazine. Aumentou o número de repórteres e correspondentes, reinvestindo os lucros em novas sucursais, além de comprar novos veículos, entre os quais o Philadelphia Times e o Philadelphia Public Ledger. Foi esta estratégia que permitiu ao jornal ampliar a sua cobertura e levar aos seus leitores ampla gama de notí-cias e assuntos.


A trajetória do The New York Times está cheia de grandes reportagens jornalísticas que marcaram sua história. Contando com profissionais de alto nível, nos Estados Unidos, e correspondentes em algumas regiões estratégicas da Europa, conseguia sair na frente de seus concorrentes enquanto estes ainda tentavam adivinhar o que estava acontecendo. Em 1912, foi o único jornal a noticiar o naufrágio do Titanic. Seu correspondente na Europa descobriu que, trinta minutos após o pedido de socorro, ainda não houvera nenhuma comunicação com as autoridades. Assim, no dia seguinte, a manchete do jornal estampava "O navio afundou", enquanto os demais publicavam uma história incompleta sobre o ocorrido. Ochs continuou como membro do Comitê Executivo do jornal e diretor da Southern Associated Press, por ele fundada em 1890, até a sua morte.

Cem anos de sucesso

Em 1996, o The New York Times comemorou o centenário da sua compra por Adolph S.Ochs, bisavô do atual presidente da empresa e editor do jornal, Arthur Sulzberger Jr. Ao completar cem anos sob a tutela Ochs-Sulzberg e a quarta geração à frente do veículo, o jornal comemorou não só os bons resultados do programa, de dez anos, para aumento de capital, mas também a construção de um parque gráfico equipado com a mais moderna tecnologia do setor, em College Print, no bairro do Queens.

Ochs foi sucedido por seu genro, Arthur Hays Sulzberger, casado com sua filha, Iphigene. Foi sob a gestão deste que o The New York Times se tornou um dos jornais mais influentes do mundo. Ele supervisionou a cobertura da Grande Depressão, a Segunda Guerra Mundial (quando o jornal mantinha acima de 50 correspondentes estrangeiros mais do que qualquer outro veículo no mundo), a Guerra da Coréia e outros grandes acontecimentos do século XX. Sob sua direção, o veículo passou a abordar temas mais especializados e sua equipe de profissionais não se limitava a apenas relatar as notícias, mas também a analisar os fatos, mostrando aos leitores não somente o que acontecera, mas também como e por que tal evento era ou não importante. Ao se aposentar, em 1961, Sulzberger deixava um jornal que registrara um crescimento de 40% na circulação diária e dobrara as vendas da edição dominical.

Durante sua gestão, Sulzberger enfrentou o grande desafio de manter a imparcialidade tão defendida por seu sogro, mesmo diante das atrocidades cometidas pelos nazistas contra os judeus. Seus editores tinham ordens de não "dar muito espaço" ao empenho do American Jewish Committee em ajudar os judeus europeus. Quando os líderes sionistas o acusaram de parcialidade na apresentação das notícias, retrucou acusando-os de terem feito com que ele de "não-sionista" se tivesse convertido em "anti-sionista".

No entanto, apesar de não erguer uma bandeira em defesa das comunidades judaicas distantes, Sulzberger encorajava a sociedade norte-americana a defender o "American way of life", exortando subliminarmente os Estados Unidos a ajudar a Europa contra a ameaça que Hitler representava. Se, por um lado, manifestava preocupação com o destino dos judeus, por outro não fazia desta uma postura constante, publicando apenas esporadicamente artigos sobre o que acontecia no continente europeu. Na edição de 11 de novembro de 1938, por exemplo, publicou em primeira página uma reportagem sobre o trágico evento, na Alemanha, que se tornou conhecido como a "Noite dos Cristais".

Mas o receio de ser identificado como veículo "pró-judeus" jamais abandonou Sulzberger. Assim, quando foi anunciada a libertação do campo de concentração de Dachau, apesar de divulgada na primeira página do The New York Times, a notícia não fazia menção alguma sobre os judeus. Em 1948, o jornal se recusou a endossar a Declaração de Independência do Estado de Israel. Tudo em nome da herdada "objetividade jornalística".

O lugar de Sulzberger foi ocupado por seu genro, Orvil E. Dryfoos. Uma das grandes marca de sua gestão foi a cobertura, de alto nível, do movimento pelos direitos civis. Dois anos depois, Dryfoos morreu subitamente, sendo sucedido por Arthur Ochs Sulzberger – cujo apelido era "Punch", filho de Arthur Hays Sulzberger e neto de Adolph S. Ochs. Nascido em 1926, antes de assumir o cargo teve que mostrar o seu talento, pois seu avô não acreditava que ele teria um futuro brilhante. Após um período de experiência na imprensa local e estrangeira, entra para o grupo familiar, em 1961, e torna-se editor, em 1963. Durante 29 anos, esteve à frente do jornal, diante de alguns dos maiores problemas e desafios já enfrentados pelo veículo.


Sob sua gestão, ampliou o quadro de profissionais e passou a exigir maior especialização em várias áreas, como economia, meio ambiente, medicina, ciên-cias e direito. Para tornar o jornal mais atraente para o público leitor, empreendeu um projeto de reformulação gráfica e aumento de seções semanais, entre as quais, Sports Monday, Science Times, Living, Home and Weekend. Investimentos em novas tecnologias, principalmente na produção de papel, levaram a crescimento sem precedente na circulação e na publicidade.

Foi sob seu comando que o jornal fez uma cobertura ampla da Guerra do Vietnã, que incluía uma reportagem sobre os chamados "Pentagon Papers", em 1972, revelando a história secreta do pré-guerra, o que lhe valeu o Prêmio Pulitzer. Durante a década de 1970 e 1980, a empresa New York Times comprou revistas, editoras, redes de televisão, pequenos jornais e se tornou proprietária do International Herald Tribune. Em 1979, "Punch" assumiu a presidência do jornal e assumiu a chefia de seu Comitê Executivo, mantendo-se nos dois cargos até 1997. Em 1992, aos 40 anos, seu filho Arthur Ochs Sulzberger Jr., bisneto de Adolph Ochs, torna-se editor, após quatro anos como vice-editor.

Ainda durante a gestão de "Punch", em 1986, todos os descendentes do fundador do The New York Times assinaram um documento segundo o qual as ações da The New York Times Company só poderiam ser vendidas para pessoas estranhas ao círculo familiar. Após a morte da filha de Adolph Ochs, Iphigene esposa de Arthur Hays Sulzberger o patrimônio foi dividido em quatro partes, sendo cada uma controlada por um dos quatro ramos da família. Logo em seguida, os herdeiros da quarta e quinta-geração dos Ochs-Sulzberger reunificaram suas partes, incorporando o sentimento de fazerem parte de uma única família.

Desde que assumiu como editor, Sulzberger Jr. envolveu-se totalmente na vida do jornal. Ajudou no planejamento dos novos centros de impressão a cores e de distribuição em Edson, New Jersey, e em College Point, no Queens. Participou diretamente dos novos projetos gráficos das seções de Esporte e Cidade, dando impulso à diversificação dos profissionais e da cobertura noticiosa. Em 1997, as rotativas localizadas na 229 West 43rd Street rodaram pela última vez. Em suas novas instalações, o The New York Times preparava-se para uma nova geração de leitores e anunciantes.


Ainda em 1997, foram introduzidas cores nas páginas da edição diária, além de serem lançados cadernos especiais de Esportes e Artes, também diários, totalmente a cores. Novo projeto gráfico foi elaborado para as seções temáticas como Science Times, Dining In/Dining Out, House & Home, Weekend and Circuits, que também passaram a ser coloridas. A cor finalmente chegou à primeira página, na edição de 16 de outubro de 1997. Nesse mesmo dia, Sulzberger Jr. foi eleito presidente do Conselho da The New York Times Company, mantendo ainda o cargo de editor do jornal. Em 2000, foi eleito editor do ano; em 2001, apareceu no topo da lista das grandes fortunas da imprensa; em março de 2002, a The New York Times Company foi escolhida "a empresa norte-americana mais admirada pelo público". E, em abril do mesmo ano, recebeu sete dos 14 Prêmios Pulitzer 2002 pela cobertura dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, nos EUA.

Cartas


Em relação ao belo artigo sobre a família Sulzberger e o jornal The New York Times, gostaria apenas de acrescentar que esta família descrita como sendo de judeus-alemães, esquece ou esconde um ramo que é basicamente de judeus portugueses, no qual sobrenomes como Mendes Peixoto, Campos Pereira, Mendes Seixas, Maduro, Viera e Lopes identificaram os ancestrais próximos de Arthur Ochs Sulzberger, o atual patriarca da família.

Edição 40 - Março de 2003

http://www.morasha.com.br/edicoes/media/linha.gif

Entre todos estes ancestrais há também uma brasileira nascida em
Recife, que pertenceu ao enclave holandês formado naquela cidade durante o século XVII.

Os judeus holandeses eram em sua maioria, naquele período, cristãos-novos ibéricos ou seus filhos, que fugiram dos rigores da Inquisição, para desfrutar a relativa tolerância religiosa dos Países Baixos. Quando os holandeses ocuparam Pernambuco, muitos judeus aproveitaram a oportunidade para voltar ao mundo ibérico. Eles permaneceram no Brasil até a expulsão dos ocupantes holandeses. Nestes anos, desenvolveram atividades comerciais e, como era natural, religiosas também. Interagiram com cristãos-novos locais, estabeleceram sinagogas, trouxeram rabinos.


Um destes rabinos, Isaac Aboab da Fonseca, nascido como cristão-novo em Castro Daire, Portugal, é considerado o primeiro rabino do hemisfério ocidental. Ele pertencia a uma velha dinastia rabínica espanhola e que na expulsão dos judeus da Espanha optou por Portugal, país no qual seus descendentes tiveram que se converter ao catolicismo em 1497, e onde nasceu Simão da Fonseca, que alteraria seu nome quando foi para a Holanda integrando-se ao judaísmo. Isaac Aboab casou-se e teve filhos e, destes, netos e netas, descendência que chegou até os nossos dias.

Levantando a genealogia dos primeiros judeus que chegaram aos EUA, o rabino Malcolm H. Stern encontrou a pernambucana Rachel, de quem ele não conseguiu identificar os pais, mas, que baseado em outras evidências, atribuiu-lhe o sobrenome Aboab, entroncando-a na família do primeiro rabino brasileiro. Ainda não temos muitos elementos sobre esta matriarca brasileira. Sabe-se apenas que ela se casou com Moses Cohen, filho de Diogo Mendes Peixoto. O filho do casal, Josuah Cohen Peixoto, nasceu em Caiena, em 1663, mas foi casar-se em Amsterdã com Ester de Jacob Cohen Peixoto, originária de Bordeaux. O casal teve um filho, Daniel Cohen Peixoto, que saiu de Amsterdã para Curaçao. Sua esposa, Grcia de Abraham Campos Pereira, pertencia também a famílias portuguesas. A filha de ambos, Leah Cohen Peixoto, casou-se o curaçaense Samuel Levy Maduro Peixoto, em 1765, e tiveram Moses Levy Maduro Peixoto, que se casou com Judith de Samuel Lopes Salzedo. Eles tiveram Daniel Levy Maduro Peixoto, e este se casou com Rachel Mendes Seixas, de uma família que chegou aos EUA em 1730, vinda de Portugal, onde tinham vivido como cristãos-novos quase dois séculos e meio.

Daniel Levy Maduro Peixoto
(1767-1828), foi um médico importante em New York, e de seu casamento com Rachel Mendes Seixas teve dois filhos. Um deles, Judith Salzedo Peixoto, casou-se com David Holis Hays, e tiveram Rachel Peixoto Hays, em 1861. Ela rompeu com a tradição de casamentos entre judeus portuguses (Portogeese Joden) e casou-se com o judeu ale- mão Cyrus Lindauer Sulzberger. O filho deste casal, Arthur Hays Sulzberger, casou-se com Iphigene Bertha Ochs, filha e herdeira de Adolph Simon Ochs, cria-dor do The New York Times. Ele sucedeu ao sogro na direção do jornal, que repassou o cargo ao filho Arthur Ochs Sulzberger, atual presidente do grupo.

Assim, quase oculta na genealogia de uma família da aristocracia judaica norte-americana, onde encontramos rabinos importantes, comerciantes e médicos, empresários e editores do mais conhecido jornal mundial, encontramos também uma pernambucana quase anônima, a recifense Rachel, como a matriarca de todos.

(Fonte: Stern, Malcolm H., First American Jewish Families, 600 Genealogies, 1654-1988, Baltimore, 1991)
Paulo Valadares
Historiador, Sociedade Genealógica Judaica do Brasil - São Paulo, SP

No hay comentarios:

Publicar un comentario