miércoles, 29 de abril de 2009

O regime tribal, com o primitivismo tribal, é a meta de chegada da Revolução gnóstica e igualitária‏

O regime tribal, com o primitivismo tribal, é a meta de chegada da Revolução gnóstica e igualitária‏

Entrevista sobre: a obra "Revolução e Contra-Revolução"; o movimento pacifista ("Peace Mouvement"); explanação a respeito da guerra psicológica revolucionária; a posição da Igreja hoje em relação ao problema da Revolução e da Contra-Revolução

(Locutor: Em 1959 o Dr. Plinio Corrêa de Oliveira publicou o livro Revolução e Contra-Revolução, traduzido para o inglês, francês, italiano e espanhol, inspirou a formação dos 15 grupos TFPs hoje existentes no mundo. A respeito deste livro temos algumas perguntas a fazer a Dr. Plínio. O Sr. poderia nos explicar o que seja a Revolução?)

PCO: A Revolução é uma longa concatenação de movimentos que começou no século XVI com o Protestantismo e que continuou através das eras subseqüentes até os nossos dias em que o aspecto mais recente dela é chamada Revolução autogestionária, ou punk, ou ecológica, conforme se queira denominá-la.

Esta Revolução é um movimento que fundamentalmente tende a estabelecer a supremacia do homem sobre todo o universo, ignorando a existência de Deus, transcendente e supremo. E, em vez disso, afirmando a existência de um Deus panteísta, quer dizer, de um Deus que se confunde com toda a natureza, que está disseminado em toda a natureza e que não é uma pessoa mas é mais uma energia universal que teria originado todas as coisas. Energia esta que habitaria em nós que portanto seríamos divinos, como é divino tudo quanto existe.

Ao contrário disso – como nós bem sabemos – a doutrina revelada, da qual a Igreja Católica é mestra infalível, a doutrina revelada nos ensina que Deus é um ser supremo, puro espírito, eterno, infinito, perfeitíssimo e inteiramente transcendente das criaturas, as quais Ele tirou todas do nada e às quais Ele ama com um amor infinito.

Negando esta existência de um Deus extrínseco ao homem e portanto superior ao homem, a Revolução passou dessa negação velada ainda no Protestantismo, ela passou para uma afirmação no próprio Protestantismo ainda, uma afirmação igualitária de outra ordem. Ela passou a estabelecer uma alteração na forma de governo eclesiástico. Nós sabemos que segundo Santo Tomás de Aquino a forma perfeita de governo é aquela que se compõe igualmente de elementos monárquico, aristocrático e democrático. A Igreja – Leão XIII ensinou muito bem – considera essas três formas de governo justas. Nada há que se oponha a que elas se componham ou se combinem para o bem comum. E Nosso Senhor Jesus Cristo instituindo sua Igreja, lhe deu como forma de governo a composição dessas três formas. O elemento monárquico na Igreja é representado pelo Papa; o elemento aristocrático é representado pelos Bispos; e o elemento democrático é representado pelo povo. Os três: Papa, bispos e povo constituem a Igreja católica.

Mas a Igreja católica, segundo o ensinamento de todos os Papas, e eu me lembro aqui especialmente de São Pio X condenando erros modernistas a esse respeito, a Igreja católica ensina que Ela mesma é dividida em dois setores: um é da Igreja hierárquica e outro é da Igreja dicente. A Igreja docente, hierárquica, tem o poder de ensinar, de governar, de santificar. A nós, leigos fiéis, toca sermos ensinados, governados e santificados.

Há portanto essa divisão fundamental na Igreja, mas depois na própria hierárquica eclesiástica há graus diferentes que chegam até à suma pessoa de sua Santidade o Papa.

O protestantismo levantou-se contra isso. E proclamou a não existência de uma diferença fundamental entre o laicato e o clero. Proclamou depois, conforme as seitas, entre os episcopalianos negou o Papa e proclamou uma espécie de república na Igreja, república aristocrática. Entre os presbiterianos ela foi mais longe e proclamou uma república aristocrática pequeno-burguesa, porque admitia apenas a existência de eclesiásticos. Mas nos quakers, nos niveladores e outros movimentos protestantes assim, ela negou até a existência dos sacerdotes. E a igualdade completa se afirmou.

Este desejo extremo da igualdade completa, subjacente e disfarçado – subconsciente é melhor de que disfarçado – nas várias confissões protestantes, esse desejo entretanto se exprime de modo mais cru e mais radical na seita dos quakers. A qual seita é como um pólo para o qual vão caminhando, sem perceber, as várias seitas protestantes.

Quer dizer, se tomarmos uma igreja episcopaliana em nossos dias e formos ver quais são os poderes de um bispo episcopal, de um bispo anglicano hoje, e um bispo anglicano pouco depois da ruptura com a Igreja, vê-se que o bispo anglicano hoje pode muito menos do que outrora. Na aparência o cargo existe, mas foi erodido no seu interior, está sendo erodido cada vez mais no seu interior. Por que? Por causa da Revolução igualitária que tende a assimilar aos quakers essa igreja, como a igreja presbiteriana, como as demais. É uma tendência para a igualdade completa.

Essa tendência para a igualdade completa foi contida, no que diz respeito à Igreja católica, pela Contra-Reforma, da qual tenha sido talvez o maior vulto o grande Santo Inácio de Loyola. O Concílio de Trento conteve pela Contra-Reforma esse movimento igualitário dentro da Igreja. E muito habilmente barrado assim, e querendo afirmar-se não apenas nos países protestantes, porém também nos países católicos, o igualitarismo passou para a sociedade civil. E idéias igualitárias começaram a correr a sociedade européia no século XVII e no século XVIII, especialmente no século XVIII.

Afirmando de um ou de outro modo a necessidade de uma sociedade temporal e civil inteiramente igualitária. À sombra do absolutismo monárquico, então imperante na Europa, as idéias mais radicalmente igualitárias livremente se disseminaram. Exemplo: a liberdade com que os dois principais doutores do igualitarismo em matéria temporal naquela época, Voltaire e Jean Jacques Rosseau, puderam fazer a sua pregação igualitária e republicana, niveladora, quase sem ser perturbados pela polícia dos reis absolutos de França, durante todo o tempo que quiseram.

Essas e outras circunstâncias prepararam a sociedade européia para o grande abalo que foi a Revolução Francesa, a proclamação da república na França, a decapitação do Rei Luís XVI e da Rainha Maria Antonieta, a extinção da nobreza, a separação da Igreja e do Estado, a negação pela república francesa do direito ao Sumo Pontífice de nomear os bispos, a dependência dos bispos de uma espécie de consenso das autoridades republicanas indicadas por sufrágio universal. Enfim, a instituição da igualdade política completa e uma tendência para a igualdade econômica completa.

Quando a Revolução Francesa ia caminhando para o seu ocaso, ela teve um estertor, e esse estertor foi uma revelação mais radical do que a própria Revolução Francesa, gemido ou blasfêmia última da Revolução Francesa moribunda: foi a revolução de Babeuf, nitidamente comunista. Hoje, aliás, muitos historiadores reconhecem que a Revolução Francesa em sua raiz era comunista, e o era mesmo.

Se nós formos admitir que todos os homens são iguais por natureza e que toda desigualdade entre eles é uma injustiça, a pergunta se impõe: por que é só injusta a desigualdade política e não é injustiça também a desigualdade econômica? Ora, a desigualdade econômica é exatamente o alvo da Revolução, filha dos princípios da Revolução Francesa, que vem a ser a Revolução comunista.

Mais uma vez nós vemos que foi em terras de absolutismo que a Revolução deu mais um passo. Ela derrubou em 1917 o tzarismo, forma muito característica de monarquia absoluta, e implantou o comunismo. O comunismo se afirmou pela concentração de todos os bens no Estado. O Estado é o único proprietário de todos os bens. E de outro lado pelo ateísmo de Estado. O Estado persegue todas as religiões, ou se as tolera é apenas por política, para evitar perturbações populares muito grandes. Mas servindo-se da própria religião para extinguir a religião.

Quer dizer, designando para a igreja greco-cismática russa, designando para ela bispos e sacerdotes formados em seminários impregnados de doutrina comunista e que em nome da religião greco-cismática pregam o comunismo. Assim, portanto, a vitória do comunismo na Rússia foi uma vitória completa.

A Rússia vai se alterando aos poucos, como todos os países detrás da Cortina de Ferro, tendem para uma nova forma de comunismo, e aparece aí a IV Revolução.

No que consiste esta nova forma de comunismo?

No afã de igualdade, a existência de um Estado ainda é algo que representa a desigualdade. Porque o Estado supõe um poder e um poder que se exerce sobre outro. E essa desigualdade revolta o senso igualitário, ateu, do comunismo. Donde uma tendência a não haver mais poderes e não haver mais leis; nem leis morais, nem leis civis.

Esta tendência se exprime na IV Revolução de que maneira? Do ponto de vista dos bens, mantendo a supressão da propriedade individual, não haverá. Em regime autogestionário, que é o regime sócio-econômico da IV Revolução, não haverá propriedade individual. Haverá apenas grupos sociais, os quais são proprietários dos bens nos quais trabalham os componentes desses grupos sociais: os operários proprietários da fábrica, os trabalhadores rurais proprietários da fazenda onde trabalham e assim por diante.

Cada grupo faz a lei para si mesmo. E, no fundo da perspectiva autogestionária, não existe Estado. Estes grupos são pequenos Estados que se entrerelacionam uns com os outros por um consenso mútuo, mas não existe mais Estado. E os mais modernos dos autogestionários afirmam que a única forma verdadeira de vida para o homem é o tribalismo indígena.

O tribalismo indígena, que por exemplo no Brasil é pregado pelo bispo missionário espanhol Dom Pedro Casaldáliga, a cerca do qual eu escrevi um livro. O tribalismo indígena que é organizado dessa maneira (as tribos norte-americanas índias também o eram assim): há um pajé que recebe comunicações das forças teluricas universais e as polariza. E com isto indica aos membros da tribo o que deve acontecer. Como essas forças universais da natureza estão em contato com cada índio, cada índio impulsionado também ele por essas forças, quer o que o pajé diz. O pajé é apenas o explicitador do que todos querem. O pajé no meio de seus cânticos, suas embriagueses, suas convulsões, explicita o que a natureza quer no interior de cada índio, e a tribo vive no consenso. O regime tribal, com o primitivismo tribal, é a meta de chegada da Revolução igualitária. É a barbárie.

Por isso mesmo a ausência de leis, inclusive da lei moral. Os senhores vêem bem como a moralidade a todo momento é contestada, diminuída e desprezada hoje. A própria lei moral deve desaparecer para ficar apenas uma ordem de coisas em que o homem, atendendo a todas as suas apetências, não destrói entretanto a pequena coletividade primitiva na qual está inserido. É o índio. O índio não tem – dizem eles, eu acho a afirmação falsa – que o índio não tem moral, tem apenas apetências circunscritas e essas apetências circunscritas não chegam até à explosão.

Então é o homem inteiramente livre, que faz aquilo tudo que quer, que obedece não a um Deus pessoal, mas ao movimento geral da natureza e este homem afinal atingiu a liberdade, a igualdade e a fraternidade por inteiro.

O punk, o ecologista de hoje, são isso. Ecologista não é o homem que aprecia a beleza da natureza (isso qualquer de um nós aprecia); que quer proteger contra as depreciações da sociedade moderna (todos nós o queremos). [Ecologista] é o homem que quer viver nessa comunidade com a natureza, inteiramente isolado e numa espécie de culto ou comunicação telepática com a natureza, governado por ela e arredio dos outros homens.

Essas são as quatro Revoluções sucessivas, cuja consideração de conjunto, dá aos meus caros ouvintes uma idéia global do que seja a Revolução.

(Locutor: O senhor fala na III parte no livro sobre a guerra psicológica revolucionária. O sr. poderia explicar a relação disso com o fenômeno Revolução?)

De bom grado. A guerra psicológica revolucionária está baseada num fato experimental que é o seguinte: Os homens não são governados apenas por silogismos, mas eles são governados também por reflexos, por movimentos de alma vários que os levam, os impelem de um lado para outro sem que eles racionalmente se dêem conta do que estão fazendo. Isso é especialmente claro na infância, é especialmente claro na outra extremidade da vida, quando a pessoa imerge na senilidade.

Mas também é claro em muitos aspectos na alma do homem contemporâneo, tão amigo de uma “espontaneidade” que se deveria pronunciar como se estivesse escrito entre aspas, e que não é senão o realizar absolutamente livre de todos os caprichos, mesmos quando irracionais. São reflexos de alma.

Ora, esses reflexos de alma podem ser influenciados por circunstâncias externas. Isso é da experiência de todos os dias. A pessoa está alegre, entra numa sala decorada com gravidade, pode por isso sentir-se triste. Ou pode sentir convidada para a reflexão. Uma pessoa pelo contrário está muito refletida e ponderada, passa por um jardim com uma apresentação botânica muito agradável, seu estado de espírito pode mudar e ele sente-se alegre. As circunstâncias estranhas condicionam a atitude temperamental do homem.

Compreende-se também que a vontade de lutar ou a vontade de descansar, a vontade de avançar ou a vontade de fugir, enfim, os mil movimentos do instinto de conservação, ou do desejo de predomínio, esses mil movimentos possam ser condicionados por fatores extrínsecos.

Compreende-se que um homem que tenha, por exemplo, em seu escritório duas belas alabardas cruzadas, tenha na visão desses objetos um elemento para que seu espírito polêmico se desenvolva. Mas compreende-se também que um outro que tenha um quadro representado um lindo cordeiro com uma fita azul clara amarrada ao pescoço e que está dormindo languidamente junto ao riacho, tenha nisso um elemento para se sentir propenso ao pacifismo.

Nós não podemos imaginar esse quadro presente na tenda de um grande general durante a guerra, como não podemos imaginar também as alabardas presentes num escritório de um grande diplomata perito em negociações de paz. Essas coisas produzem estados de espírito diversos.

A partir disso, que é corrente, desenvolveu-se uma ciência que visa o seguinte: conhecer quais são as circunstâncias que influenciam a vontade da pessoa, do especialista, o estado de espírito de terceiros, sem que os terceiros percebam. Esses terceiros podem ser 1, 2, 3 pessoas, que o especialista quer influenciar. Mas pode ser uma multidão também. Influenciar as multidões por meio de estímulos desses, músicas, canções, prédios, hábitos sociais – que sei eu! – até uma forma nova de sorvete, pode condicionar em algo o estado de espírito de uma multidão.

Nessas condições a gente compreende que um país possa ter eminentes especialistas que provoquem no país adversário, ou pelo menos rival, as reações temperamentais que levam a opinião pública a atitudes desanimadas, atitudes moles, atitudes frouxas, a um otimismo tolo, na hora da luta e do sacrifício. Na hora em que uma guerra está para ser travada ou na hora em que o país está batalhando mas precisa das suas últimas energias para dar o passo decisivo e vencer a guerra. Pode ser que nessa hora que um estímulo sagaz, vindo de fora produza uma diluição dos temperamentos e uma entrega do país.

Guerrear tirando do adversário a vontade de fazer a guerra é um modo ainda de guerrear. E a isto se chama hoje em dia uma arma a mais. Todos os especialistas da guerra além da infantaria, dos tanques, da marinha, da aeronáutica, da artilharia, reconhecem como nova guerra a guerra psicológica destinada a fazer que um país vença outro país.

Agora o que é guerra psicológica revolucionária? Pode ser que uma determinada corrente empenhada em fazer uma Revolução use esses recursos contra as classes sociais ou contra as correntes ideológicas que se oponham a essa Revolução. É o caso do comunismo. Ele usa contra a burguesia toda a forma de recursos destinados a tirar da burguesia a vontade de resistir; a tirar a classe popular a conformidade e boa amizade com a burguesia e a jogá-la contra burguesia, subconscientemente, por meio de estímulos. Esta é a guerra psicológica revolucionária.

Quando se lê a história, tem-se a impressão que certos grupos históricos sempre conheceram – como? também não sei – essa arte. Porque quando vamos ver a expansão do Protestantismo no século XVI; da Revolução nos séculos XVIII e XIX, da Revolução Francesa; e do comunismo em nossos dias, e agora do ecologismo, nós vemos que sempre tudo se passa como se essa arma fosse utilizada por eles no próprio benefício e em detrimento ao adversário. Donde essas vitórias em cadência dessas revoluções sobre os adversários. É claro que não é o fator único dessa vitória, mas é um fator muito poderoso.

(Locutor: Como o sr. vê a posição da Igreja hoje em relação ao problema da Revolução e da Contra-Revolução?)

PCO: Se por Igreja se entende o que se deve entender, quer dizer, o rebanho dos fiéis de Jesus Cristo, dirigidos pelos seus legítimos pastores, eu sou obrigado, eu como católico apostólico romano – é o título que eu mais prezo em minha vida é o de católico, apostólico, romano – eu sou obrigado a reconhecer entretanto que a Igreja está trabalhada a fundo pela Revolução.

A Revolução no que ela tem de lógico, de intelectual, de científico, mas a Revolução no que ela tem também de psicológico e de dependente e de manuseável pela guerra psicológica revolucionária. Toda espécie de correntes revolucionárias a percorrem num regime que nós poderíamos chamar pelo menos de meia impunidade. E este regime de meia impunidade é sempre um bafejo para o mal. Porque quando o mal é meio impune, o bom é escravo.

É mais ou menos como numa cidade onde o crime e o roubo e o crime e assassinato são meio impunes. Os homens honestos são escravos de uma malta de bandidos. Infelizmente na Igreja, os católicos verdadeiramente ortodoxos vão sendo cada vez mais marginalizados, cada vez menos bem compreendidos, enquanto cresce a área daqueles que são influenciáveis pela Revolução.

(Locutor: O Peace Mouvement está crescendo na Austrália, como também na Europa e Estados Unidos. Qual a relação disso com a Revolução?)

Eu acho que para não fazer digressões doutrinárias que enquanto longas demais cansariam os ouvintes já fartamente objeto de uma distribuição de doutrinas nessa entrevista, eu diria uma coisa muito rápida que é a seguinte: a psicologia do “Peace Mouvement” se pode compreender perfeitamente na tese do desarmamento unilateral. Os partidários do desarmamento unilateral são o pólo de atração para o qual convergem quase todos – para dizer “quase” – todos os partidários desse movimento de paz internacional. E a tese é de que ainda que a Rússia não se desmobilize do ponto de vista atômico, as nações do Ocidente, não comunistas, devem destruir as suas armas atômicas, inclusive as destinadas para mera defesa. Porque a guerra atômica é uma coisa tão terrível que mais vale a pena capitular ante a Rússia e aceitar o comunismo do que enfrentar a guerra.

Compreendem que essa tese só pode significar a entrega do mundo inteiro ao domínio comunista, a entrega covarde do mundo inteiro ao domínio comunista. Ora, há um princípio aplicado pelos penalistas e que não falha. E’ o seguinte: quando acontece [algo] e se que saber qual é o autor, é preciso ver a quem aproveita. Eu pergunto: A quem aproveita esse movimento de paz? A um verdadeiro entendimento entre as nações ou é a Rússia soviética que fica dominando o mundo?

A segunda hipótese é a hipótese evidente. Nós compreendemos por aí que esse “Peace Mouvement” não é senão um artifício de guerra psicológica revolucionária para que a Rússia possa dominar o mundo sem os riscos de uma guerra. Eis aí o que me ocorreria a dizer sobre o caso.

(Locutor: Uma última pergunta: o que se pode fazer contra a Revolução?)

Meu caro, a sua pergunta cai no momento em que ainda estamos no período em que se pode rezar o Regina Coeli, até 18:15 hs. Uma boa resposta é esta: a primeira coisa que se deve fazer é rezar. Comecemos portanto a rezar agora aqui o Regina Coeli, do tempo pascal.

Regina Coeli laetare alleluia...

Eu explicarei dentro de um instante porque é que se deve começar por rezar. Eu quero inserir esta pergunta dentro de um quadro mais amplo. É certo que a Revolução caminha tanto, porque em geral, por um artifício da guerra psicológica revolucionária que em nossos dias chegou ao seu auge, acontece que a maior parte das pessoas se manifestam muito desprevenidas em matéria de Revolução, quer seja pelo desejo de gozar a vida e não ver o perigo, quer seja pela natural inexperiência que tem nessas matérias as pessoas que não se atém ao estudo direto – e eu quase diria especializado – desse grande fenômeno coletivo.

Seja como for, um movimento que avança porque poucos lhe dão atenção, e que emprega todo o cuidado para impedir que se preste atenção em si, reconhece implicitamente que ele não é popular. Porque quem avança escondido, entra onde não é desejado. Uma pessoa que é desejada não se esconde. Os ladrões entram escondidos; os convidados entram pela porta principal, não pulam a janela. O comunismo está pulando a janela do mundo ocidental. Ele entra mais ou menos escondido. Ele transforma os costumes e as mentalidades para o mundo contemporâneo vir a ser comunista sem que o mundo se dê conta disso.

É claro que à medida que ele vai chegando ao seu alvo, as pessoas vão notando e prestando atenção. E pessoas que viveriam de uma vida civil comum, chamada a atenção, começam a se organizar.

Um excelente exemplo disso é nossa reunião. Nós todos seríamos pessoas que numa época de paz nem nos conheceríamos, estaríamos cada um no seu respectivo país, cuidando de sua própria vida, santificando sua alma e nos preparando para o céu. Mas a evidência do perigo nos aglutinou. A quantos não irá aglutinando à medida que o perigo ficar maior? Esses aglutinados constituem um certo elemento de resistência. Esse elemento de resistência pode constituir um certo elemento de vitória.

Um certo elemento de resistência, um certo elemento de vitória... a modicidade de minhas expressões indica como esse aglutinação reúne forças débeis e como essa resistência é de um êxito humanamente falando pouco provável. E eu julgo que a expressão “pouco provável” é ainda uma expressão otimista.

Humanamente falando, a meu ver, tudo o que se pode aglutinar e que pode aumentar o número dos que pensam como nós é pouco diante da imensa conspiração que está armada no mundo para entregá-lo ao comunismo. Mas eu raciocino da seguinte maneira: é que há uma promessa de Nossa Senhora em Fátima de que o comunismo se espalharia pelo mundo caso os homens não emendassem a sua vida. Não só eles não a emendaram do ano da aparição em 1917 para cá, não só são emendaram, mas os costumes pioraram enormemente, a impiedade progrediu sob todos os aspectos. A consagração a Nossa Senhora de Fátima não se fez como Nossa Senhora pediu, as condições não estão preenchidas.

Naturalmente o castigo virá. Mas Nossa Senhora afirmou: “Por fim o Meu Imaculado Coração triunfará”. Quer dizer, de um modo ou de outro, se os homens não vencerem a Revolução, Ela vencerá a Revolução. Mas a Revolução será vencida, nós temos a promessa da própria Mãe de Deus, a Rainha da História, porque o cetro dos acontecimentos do mundo Deus o pôs nas mãos de sua Mãe Santíssima.

Entretanto isso não nos dispensa a nós de nos aglutinarmos e lutarmos, porque Deus se serve dos meios humanos. Muito simbólico é nesse o sentido o que aconteceu por ocasião da multiplicação dos pães. Todos os senhores a conhecem. A narração lindíssima do Evangelho nos está presente no espírito de todos. Nosso Senhor pregando, levando atrás de Si as multidões encantadas e empolgadas com Suas palavras e com a consideração de Sua Pessoa. Chegando no deserto não tinham o que comer. Nosso Senhor teve pena da multidão pela fome que sofria e mandou recolher todos os peixes e pães, todos os alimentos que eles tinham. E foram encontrados em toda aquela multidão apenas sete pães e sete peixes. Estes sete peixes e sete pães, Nosso Senhor se serviu deles para multiplicar esses pães e esses peixes, e para atender com sobra – mas com sobra enorme – todas as necessidades da multidão.

Esta ação Deus poderia tê-la praticado sem os 7 pães e sete peixes. Ele criou o mundo por que Ele precisava daqueles sete pães e sete peixes? Mas Ele queria que os generosos que tinham pouco, desse tudo o que tinham. Com isto, e para glorificar esses generosos, Ele multiplicou depois esses pães e esses peixes.

Nosso tempo, nossa dedicação, se for preciso o risco de nossa vida – nós somos poucos – esses são os sete pães e sete peixes que nós podemos oferecer a Nossa Senhora e por meio dEla a Nosso Senhor Jesus Cristo, nessa situação crítica da história. Lutemos com todo o empenho que Nossa Senhora saberá obter de seu Divino Filho a multiplicação desses pães e desses peixes. Será a vitória, meu caro Maurício.
Fonte:
http://www.pliniocorreadeoliveira.info/ENT_19830519_RCR_PeaceMouvement_PsyWar.htm

martes, 14 de abril de 2009

El bofetón aún tiene defensores

EL PAIS

El bofetón aún tiene defensores

Un cachete no modifica la conducta de un hijo y genera más violencia, pero aún es aceptado por la mayoría de la población - El PP, el PNV y CiU intentan frenar la prohibición que la ONU había solicitado al Gobierno

SUSANA PÉREZ DE PABLOS 14/12/2007

La bofetada, un recurso desterrado por la ONU como método educativo y que refleja la falta de estrategia de los padres para corregir la conducta de los niños, aún tiene enormes defensores.
• La 'enmienda del cachete', introducida en el Senado
• Ingleses que pegan, pero flojo
• Indultada la madre que fue condenada por abofetear a su hijo
• Detenido un abuelo en Córdoba por golpear a su nieto de seis años
¿Crees que el bofetón es un buen método educativo?
ENCUESTA - 3637 - Resultados
Sí, a veces es imprescindible para educar a un hijo
No, existen mejores recursos para corregir la conducta de los niños



El 56% de los españoles cree que a veces hay que pegar para educar
No es lo mismo un cachete esporádico que usarlo como forma de corrección
El motivo principal por el que se pega a los hijos es la falta de otras estrategias
El Código Civil deja a los padres "corregir razonablemente" a los niños
La mayor parte de la población apoya castigar al niño con la mano, y el PP, PNV, CiU y Coalición Canaria se han aliado para defender en el Senado el último resquicio que queda en nuestro estado de derecho para ampararlo, el Código Civil.
El debate sobre si es admisible y pedagógico dar a un hijo una bofetada o un cachete en el culo con una zapatilla ha resurgido después de que el Senado decidiera el martes pasado, con los votos de cuatro grupos, no eliminar del Código Civil la potestad de los padres o tutores de "corregir razonable y moderadamente" a los menores. Naciones Unidas y las organizaciones en defensa de la infancia consideran que ese artículo ampara la bofetada en el ámbito familiar y había pedido su eliminación. El Congreso había aprobado que se sustituyera esa "corrección" por garantizar "el respeto a la integridad física y psicológica" de los niños.
Al menos 30.000 menores reciben algún tipo de maltrato físico cada año en España. Hay 7,9 millones de menores, de los cuales 15 de cada mil han sufrido algún maltrato. En uno de cada cuatro casos se trata de golpes, como bofetas o cachetes. Son los datos sobre la incidencia de la violencia en los niños que recogen estudios como El Maltrato Infantil en España. "Es el mínimo de niños que los sufre porque estos datos hacen referencia a los casos de malos tratos detectados a través de servicios sociales o sanitarios, e incluyen no sólo los niños que reciben cachetes sino también lo que han padecido moratones, traumatismos o cicatrices. Hay muchos niños a los que se les educa a base de bofetadas o cachetes y que no entran en estas estadísticas", explica Jesús Palacios, catedrático de Psicología Evolutiva y de la Educación de la Universidad de Sevilla.
"El castigo físico es el reconocimiento del fracaso. Es golpear al débil. Hay otros recursos aparte del cachete y estar en contra de él no es estar a favor de la permisividad y de que haya que dejarles hacer lo que les dé la gana y como les dé la gana. Los límites y los controles son buenos. Hay que buscar otra manera de hacerlo sin el cachete", explica Palacios.
Muchos españoles no lo ven así. "A veces es imprescindible pegar a un hijo para educarlo". Con esta afirmación está de acuerdo el 56% de la población española, según la última encuesta sobre esta cuestión realizada por el Centro de Investigaciones Sociológicas (CIS). El 49% de los encuestados, todos mayores de edad, había recibido en el pasado azotes y el 28%, bofetadas.
No es lo mismo un cachete esporádico en una situación límite que utilizar el cachete como sistema correctivo habitual. Como tampoco es lo mismo el cachete en el culo a un niño en una situación de riesgo que la bofetada a mano abierta en la cara o pegarle con un objeto, aunque sea con la clásica zapatilla. Hay muchos matices, insisten los expertos. Una cosa es maltrato y la otra, educación. E insisten en que lo importante es corregir, aunque sea con un gesto físico, pero respetando la integridad física y moral de los hijos, con un propósito educativo contrastado y, sobre todo, con un control absoluto de la actuación del progenitor. Si se pierde el control, no se educa, se maltrata, advierten.
"Obra de tal modo que la máxima de tu voluntad pueda valer siempre, al mismo tiempo, como principio de una legislación universal". Es decir, el motivo que alegue una persona para justificar una acción debe ser, según este principio kantiano, tan bueno que pudiera convertirse en ley universal. ¿Es suficiente motivo para justificar una bofetada a un niño el que no quiera comer, bañarse o estarse quieto? ¿Y debe una legislación, como el Código Civil español, amparar una conducta violenta, por esporádica que sea, como es el cachete a un menor? Este imperativo categórico de Kant sirve para plantear la reflexión sobre si se debe eliminar la potestad de los padres de "corregir" a sus hijos, que recoge el artículo 154 del Código Civil español.
España ratificó en 1990 la Convención sobre los Derechos del Niño de Naciones Unidas que pide a los países que prohíban expresamente cualquier acto violento contra la infancia. 14 países ya lo han hecho.
Los grupos políticos que votaron el martes en la Comisión de Justicia a favor de mantener abierta la puerta legal del cachete en casa, una enmienda a la Ley de Adopción Internacional presentada por el PNV, lo argumentan así. "Mi hijo me preguntó un día que si yo podía darle un cachete. Entonces le leí el Código Civil y le quedó claro que sí", contó en el Senado Alfredo Belda, de Coalición Canaria, según cuentan sus compañeros. Otro senador, Agustín Conde, del PP, apunta que "lo que dice el Código Civil no es lo que algunos pretenden que diga". "Permite corregir a los hijos y nosotros estamos a favor de que se deje a los padres hacerlo, con un castigo o alzándoles la voz, por ejemplo". "El PP no está de acuerdo con el maltrato físico a un niño, pero no es eso lo que dice ese artículo. Si permitiera corregir físicamente, entonces el debate sería distinto. Además, el artículo 4 del mismo código insiste en que el contenido de la ley debe aplicarse en sentido literal y de acuerdo con la realidad social. En la realidad social actual corregir no incluye maltrato físico", argumenta Conde. Y ya bajándose a la esfera de lo personal cuenta su caso, insistiendo en que se trata de su opinión personal: "Soy padre de tres hijos y mi experiencia es que cuando tenían un año el único sistema de que aprendieran era darles un azote suave en el culo, porque luego cuando tienen ya seis años es distinto, ya puedes razonar con ellos".
Lluís Badia, senador de CiU, va más allá. "Este sistema ha funcionado desde siempre, el cachete en un momento dado, entendiendo que no es lo mismo un cachete que una bofetada. Además, se trata de un tema muy subjetivo y lo que tenemos claro es que no deben modificarse las normas porque sí, cuando es evidente que no hay un consenso sobre esto".
Este debate está ya centrado exclusivamente en el seno de la familia, en referencia al ejercicio de la patria potestad y de la tutela. El vocal del Consejo General del Poder Judicial y responsable de los temas de menores en este órgano, Félix Pantoja, explica que fuera de la familia el castigo físico está "estrictamente prohibido", sea contra los niños y contra mayores, y tipificado como falta o delito en el Código Penal. Pantoja no cree que sobre el eliminar también todo resquicio del Código Civil.
El filósofo Fernando Savater es otra de las pocas voces públicas que habla a favor de la bofetada. "Me parece mal que se pegue, pero la idea de que cualquier bofetón es un delito me parece un disparate. Es no entender la relación entre los padres y los hijos. Uno puede dar un bofetón como punto final a algo, a un conflicto, y puede ser pedagógico", defiende Savater. Y describe una situación: "Puede ocurrir que se te vayan de las manos las cosas con un hijo, que llegue un momento que no haya manera de reclamar que se dé cuenta de lo que está en juego, y ése es el momento del bofetón, pero no se trata de usarlo como práctica habitual".
Respecto a la regulación, Savater opina que el maltrato infantil, por supuesto, debe estar castigado, aunque dice que "educar es siempre corregir" por lo que esta palabra, que es la que aparece actualmente en el Código Civil, "no tiene por qué reflejar algo negativo, aunque legislar sobre estas cuestiones es algo muy difícil", matiza.
Savater considera que no es bueno crear culpabilidad en los padres diciendo que la bofetada es algo inasumible. "Es verdad que la bofetada en sí misma no enseña, pero puede formar parte de una enseñanza, de una continuidad pedagógica".
Un enfoque polémico, sin duda. "Es polémico", contesta Savater "porque la gente tiene miedo a asumir lo que hace. Aunque es verdad que unos padres que tienen control desde el principio de la relación con sus hijos no necesitan pegarles".
¿Conduce la violencia a más violencia? "Es muy importante no dar ideas deterministas, no es que por pegar a alguien esa persona vaya a pegar a su vez con toda seguridad, pero sí es cierto que la probabilidad de que lo haga es muy alta", explica la profesora de Psicología de la Educación de la Universidad Autónoma de Madrid Elena Martín. "Hay maltratados que no son maltratadores, incluso con los hijos. Lo que está claro es que esa persona a la que se pega se habitúa y lo aprende como modelo".
"A mí me pegaban y, mira, no pasa nada, aquí estoy". "Mi padre dejó de pegarme cuando tuve su altura". No es raro escuchar testimonios como éstos de adultos españoles y a menudo sus interlocutores ni se extrañan ni se alarman. En otros países, como los nórdicos, les parecería escandaloso oír vivencias de este tipo. "Es una gran ventaja que a alguien le impresione oírlo", dice Elena Martín. "Lo importante es que haya una norma social que no admita ni la más mínima manifestación de violencia, la gente debe entender que lo que nos jugamos es el mensaje del tipo de sociedad que queremos".
Los motivos por los que se pega a los hijos son variados pero el más común es la falta de estrategias de los padres ante las desobediencias, rebeldías o falta de límites, señala la psicóloga clínica Ana López Fuentetaja. Esta especialista, que trabaja en el servicio de salud mental de la Comunidad de Madrid en Villaverde, enumera las otras razones: la mano larga, es decir, que muchas parejas tienen malestares entre ellos y lo pagan a veces con el hijo sin razón; la repetición de modelos de sus propias familias, y los niños difíciles, es decir, los que tienen trastornos de conducta, que pueden estar ligados a factores que les rodean y que a menudo necesitarían la ayuda de un especialista.
Esta psicóloga clínica distingue entre los diferentes tipos de castigo físico: "Entre los más humillantes están la bofetada y el darle un azote con un objeto. Este último no sólo refleja agresividad hacia el niño sino también la intención de hacerle daño". "Se puede comprender al padre que en un momento de ofuscación dé un azote, pero esto no quiere decir que se justifique, ni que haya que ser tolerante con ello", matiza.
El cachete se produce cuando los padres no encuentran otras alternativas. Es algo impulsivo y que genera culpa a los que lo dan, explica la coordinadora de los programas de Violencia e Infancia de Save the Children, Liliana Orjuela López, que organiza talleres para padres sobre esta cuestión. Pero las leyes, prosigue esta experta, deben prohibir el castigo físico en general, ya que la norma establece la pauta de convivencia. La asiduidad del castigo físico es otra cuestión clave. "El uso del cachete como método continuado de corrección a los hijos tiene que ver con una forma determinada de relación con ellos, refleja un modelo abusivamente asimétrico", señala López Fuentetaja. Otra cuestión que conviene tener en cuenta antes de ponerle encima la mano a un niño es que el cachete no modifica la conducta del hijo. "Porque no lo entiende, no lo relaciona, lo vive como una agresión sin más", explica la psicóloga.
Cuando un niño se salta siempre las normas es que le pasa algo, no es una mera desobediencia, es que está atravesando por alguna situación complicada, y ése es el momento de recurrir a un profesional. Si a un niño se le ponen normas desde pequeño sin pegarle nunca y se les acostumbra a que se cumplan, pueden ocurrir sucesos puntuales, pero lo normal es que los padres no tengan problemas, si son coherentes con las normas que han puesto. Hay unanimidad en estas cuestiones entre los expertos, estén más o menos a favor del cachete puntual.
Si no se hace así, si no ha habido ningún tipo de prevención, de costumbre, lo difícil es reconducir la conducta de un hijo hacia unas normas cuando está ya entrando en la adolescencia. "No hay recetas mágicas para evitar la bofetada, depende de la edad y de lo que haya pasado en ese momento. La conducta es el resultado de un largo proceso educativo. Los padres se tienen que apoyar entre ellos desde el principio, decirle que no cuando sea preciso y ser suaves pero contundentes", recomienda López Fuentetaja. En lo que tampoco hay discrepancias entre los especialistas es en que cuanto más se repite un castigo, sea un cachete a un niño pequeño o privar de algo que le gusta a un adolescente, menos efecto correctivo tiene.
¿Y las secuelas? La fundamental es la autoestima del niño. "Se ve a sí mismo como una persona susceptible de ser pegada en general, puesto que las personas en las que más confía, sus padres, le pegan. El niño piensa además que algo malo debe de estar haciendo si le están pegando, esto daña su autoestima y empieza a sentirse inseguro sobre lo que está bien y lo que no", dice Ana López Fuentetaja. "Aunque nunca se debe utilizar la violencia con un hijo, éste distingue perfectamente cuando una bofetada es esporádica, ve la relación con el hecho. Cuando la bofetada se convierte en habitual, el niño lo ve normal y lo interioriza como modelo de funcionamiento para usarlo luego en otros ámbitos".
Otra de las secuelas del castigo físico, dicen los especialistas, es la inhibición de los niños y jóvenes para expresar de otras formas sus propias frustraciones. Es decir, son niños que no están acostumbrados a que dialoguen con ellos para solucionar los problemas y, por tanto, ellos tampoco lo harán. Las actuaciones que se tienen con los niños no les influyen sólo en el presente, les marcan su futuro.
La 'enmienda del cachete', introducida en el Senado
Del Grupo Parlamentario de Senadores Nacionalistas Vascos (GPSNV)El Grupo Parlamentario de Senadores Nacionalistas Vascos (GPSNV), al amparo de lo previsto en el artículo107 del Reglamento del Senado, formula la siguiente enmienda a la Disposición final primera. Cinco.ENMIENDADe modificación.Se propone la modificación del apartado Cinco de la Disposición Final primera del proyecto, por la que modifica el artículo 268 del Código Civil, que elimina la capacidad de los tutores de corregir razonable y moderadamente a los pupilos por entenderla inconveniente, resultando del siguiente tenor literal: «Los tutores ejercerán su cargo de acuerdo con la personalidad de sus pupilos, respetando su integridad física y psicológica. Cuando sea necesario para el ejercicio de la tutela podrán recabar el auxilio de la autoridad. Podrán también corregir a los menores razonable y moderadamente.»JUSTIFICACIÓNPor los mismos motivos expresados en la enmienda de modificación del punto Dos de la Disposición Final primera, respecto a la patria potestad de los padres expresada en el artículo 154 del Código Civil. Se estima que la previsión contenida en el párrafo primero de respeto a la integridad física y psicológica ya salvaguarda suficientemente la limitación de los excesos que se puedan cometer en el ejercicio de la facultad de corrección.

jueves, 9 de abril de 2009

Ante la matanza de los inocentes Dentro del orden y de la ley: santa indignación

De la obra “TRADICION, FAMILIA, PROPIEDAD - Un ideal, un lema, una gesta”, Parte II, España:





Ante el aborto, santa indignación



TFP-Covadonga publica en la prensa el manifiesto Ante la matanza de los inocentes — Dentro del orden y de la ley: santa indignación. Posterior­mente divulga en puntos neurálgicos de Madrid y más tarde en provincias 950.000 resúmenes del mismo. El texto es firmado por los directivos de la entidad en el Cerro de los Angeles, a los pies del Sagrado Corazón de Jesús, a cuyo amparo confían la iniciativa. Los católicos son invitados a dejar las ac­titudes pasivas y melancólicas y a reaccionar vigorosamente frente a la amena­za abortista ("ABC", Madrid, 5-4-1983; un resumen del documento es publicado en el "Diario de Cuenca", 19-4-1983; "Las Provincias", Valencia, 21-4-1983; "Heraldo de Aragón", Zaragoza, 24-4-1983; " La Gaceta del Norte", Bilbao, 1-6-1983; "El Alcázar", Madrid, 8-5-1983).



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Ante la matanza de los inocentes

Dentro del orden y de la ley: santa indignación





I - La tristeza de una previsión confirmada



Habitualmente el hombre se alegra con la realización de lo que habría previsto. Y esto no por un tonto senti­miento de amor propio, sino porque, siendo la previsión una operación de la mente, lo normal es que esta última sienta la recta alegría de su propio acierto.

No es éste, sin embargo, el estado de alma de los socios y cooperadores de la Sociedad Española de Defensa de la Tradición , Familia y Propiedad-­Covadonga (TFP), al constatar ahora que los hechos confirman las perpleji­dades formuladas en la Carta abierta al PSOE (1). La TFP manifestó en aquel entonces su aprensión ante la posible victoria de aquella corriente política en las elecciones que se apro­ximaban.

Entre otros motivos para tal apren­sión, la Carta abierta resaltaba que:

a) Las Resoluciones de los Con­gresos del PSOE preconizan la im­plantación del amor libre («divorcio sin excepciones», dice eufemística­mente el texto de una Resolución), la miserable «rehabilitación» de la ho­mosexualidad, así como la «legitima­ción» del aborto y de los anticoncepti­vos.

b) Es verdad que no todas esas medidas se incluían en el Programa Electoral en el cual el PSOE presenta­ba al electorado solamente las medi­das que serían puestas en práctica a corto plazo.

c) Por ello, la esperanza escuáli­da y vacilante de que las medidas ajenas al Programa Electoral acaba­sen no siendo propuestas en la actual legislatura, dejaba a los católicos pro­pensos a votar en aquella corriente de izquierda (2).

d) Claro está que tal esperanza estaba subyacente en la distinción en­tre Resoluciones partidarias, por un lado, y Programa Electoral, por otro, pero nada impedía al PSOE que, una vez victorioso, propusiese a las Cor­tes, ya en las primeras sesiones, cual­quier ítem de las Resoluciones de sus Congresos, en las que están fijadas las metas del Partido a largo, medio y corto plazo.

Considerando que la posible apro­bación, no sólo de los diversos ítems del Programa Electoral, sino también de las varias Resoluciones, llevaría consigo una ofensiva total contra los principios cristianos milenares, con los que la legislación hasta aquí vi­gente protege la moralidad pública y la familia, la TFP constataba con asombro que numerosos católicos se inclinaban a votar al PSOE. Y que la Conferencia Episcopal , a quien le co­rresponde por misión divina preservar de este abismo de horrores a la na­ción de los Reyes Católicos, por el contrario declaraba de modo implíci­to, a través de una nota de su Comi­sión Permanente, ser lícito a los fieles, desde el punto de vista moral, votar al PSOE (3).

e) Ante este panorama, que la displicencia abobada del hombre mo­derno considera más o menos normal, pero que la posteridad no titubeará en calificar de dantesco, la TFP todavía intentó alertar a la opinión pública, y más especialmente a los sectores ca­tólicos propensos al voto suicida en favor del socialismo. Por ello, en la referida Carta abierta, en la que previó lo que podría suceder, interpeló tam­bién al mismo PSOE a propósito de la fragilidad de las ilusiones con las que adormecía a esos sectores católicos, trabajados profundamente por impon­derables artimañas de la guerra psico­lógica revolucionaria, en la cual Mos­cú es maestra.

La alternativa se planteó claramen­te. Si el PSOE respondiese a la Carta abierta, nacería de ahí una polémica en la que la TFP , empuñando la docu­mentación editada por el mismo Par­tido, ilustraría aún más fácilmente al público.

No procediendo así, no le quedaba al PSOE sino callarse. Es decir, confe­sar por el silencio la falsedad de su posición. El PSOE escogió claramente este camino.

Uno y otro resultados de la Carta abierta han contribuido para hacer ab­solutamente evidente, a quien quisie­ra abrir los ojos, lo que antes de eso ya era fácil percibir que la victoria electoral del PSOE no supone para la España católica un peligro menor que el que trajeron las hordas mahometa­nas que en el lejano siglo VIII transpu­sieron el estrecho de Gibraltar. Alcan­zado tal éxito, a los invasores sólo les quedaba avanzar contra la España vi­sigoda tontamente optimista, ador­mecida y dirigida por hombres cuya mentalidad y cuya política puede sim­bolizarse muy bien en la mentalidad y en la política entreguista del enigmá­tico arzobispo Don Opas.

Pero hay estados de alma que ni siquiera la evidencia corrige. Venció el PSOE con notable concurso de votos católicos (4).

En esta coyuntura nos encontra­mos, transcurridos solamente 133 días desde la apertura de las nuevas Cortes. Y, así, las previsiones de la TFP se confirmaron, pero con tanta fuerza y plenitud, que hoy podemos decir que hemos llegado al borde del precipicio.

Frente a esta situación, ¿cómo ale­grarse con la previsión horriblemente triunfante?

No. La situación actual no está como para eso.





II – Con perspectivas de futuro



Si los que ocupan los altos escalo­nes de la Conferencia Episcopal o los puestos de dirección de los movi­mientos de reacción pública no se mueven con toda la fuerza de impacto contra el proyecto de ley del aborto, al PSOE, vencedor de las elecciones, sólo le quedaba avanzar, al igual que la morisma de antaño.

No hay lugar a dudas. La actitud de las Cortes, del Gobierno e incluso del mismo Monarca estará condicionada no sólo por la amplitud, sino también por el calor de esa saludable reacción. De poco le valdrá a España la protesta de grandes multitudes tristonas y plá­cidamente silenciosas, cuya pasividad puede dar a los abortistas la esperan­za de que incluso los sectores más católicos acabarán «absorbiendo» la ley abortista que la mayoría parla­mentaria socialista imponga a la na­ción. Así mismo, de poco le servirían las manifestaciones frenéticas de mi­norías inexpresivas, que por su propia pequeñez inducirían a pensar que la gran mayoría de la nación no está en desacuerdo con las innovaciones so­cialistas.

Si se quiere recuperar real y seria­mente el terreno que la catástrofe electoral del día 28 de octubre hizo perder a la España católica, es nece­sario sumar el calor al número.

El camino de la victoria pasa por ahí. Todo cuanto no sea esto implica la aceptación de la política de Don Opas y el rechazo del espíritu heroico y cristiano del Cid Campeador; espíri­tu éste tan identificado con la misma España que, una vez perdido, nuestra nación dejaría de ser ella misma.





III – Oración y penitencia



Ante el peligro, la actitud del cató­lico no es el pánico. Y si le brotan las lágrimas, no es con desesperación es­téril, sino con fe. Lágrimas y apren­sión que invitan antes que nada a la oración.

Nuestro país, lleno como está de tantas iglesias monumentales que van desde las catedrales hasta las encantadoras parroquias de aldea, pa­sando por todas las gamas interme­diarias, está poblado, al mismo tiem­po, por una inmensa mayoría católica.

La TFP se acerca aqui, reverente­mente, a la Sagrada Jerarquía , a quien suplica que llene con todo ese pueblo las tan numerosas iglesias. Que promueva, día y noche, una cru­zada de oraciones con el Santísimo expuesto, de manera que delante de El y de las imágenes de la Virgen Santísima se eleve sin fin la súplica aflijida, ardiente, confiante y, por eso mismo, ya victoriosa delante del trono de Dios. Súplica, sí, de que sea apar­tado de España el peligro abortista.

Mejor que nadie saben los señores obispos, nuestros pastores y maes­tros, cuál es el valor de la plegaria cristiana. Mejor que nadie saben que todo el heroísmo de nuestros ocho siglos de Reconquista no habría cul­minado en una victoria completa de la Fe si no fuera por el incesante concur­so de la plegaria y de su noble herma­na, la penitencia.

Que sin una ni otra habría sido vana la resistencia indomable de la nación española contra las tropas de un déspota, ante el cual se curvó toda Europa: Napoleón Bonaparte, el sem­brador de los errores de la Revolución francesa. Igualmente, habría sido vano el noble y heroico impulso del Alzamiento, que libró a España del yugo del comunismo, hijo genuino de la misma Revolución.

Reconózcase el mérito de tantos y tan abnegados héroes, de cuya me­moria se enorgullece la España cris­tiana, pero reconózcase sobre todo la importancia de la ayuda de Dios, de su Santísima Madre y de toda la Corte celestial.

Así, en este llamamiento a la ac­ción, no podía faltar un llamamiento a la penitencia y a la oración.

Suplicamos a los señores obispos de España que les digan claramente a los fieles que la victoria de la legisla­ción socialista en materia de aborto, como en los otros temas regidos por los VI y IX mandamientos, podrá per­petrar en 1983 —en estas tierras en que tantos vivieron y lucharon por medio de la oración, de la mortifica­ción, del estudio y de la palabra— una nueva Crucifixión de Nuestro Señor Jesucristo.

¡Cuánto agrada imaginar lo que sentiría, diría y haría, en esta coyuntu­ra, el gran corazón de misionero de un San Antonio María Claret (5).

Llenen, señores obispos, nosotros se lo pedimos, llenen de ardorosos misioneros los caminos de España, convocando a los pueblos para las grandes y decisivas batallas de la ora­ción, de la penitencia y de la acción.

Si en una ocasión como ésta no se hace algo semejante, entonces ¿cuán­do se hará?





IV – La matanza de los inocentes y la tutela de los izquierdistas



No hay nada más comprensible que una tal reacción de los católicos españoles delante de la programada matanza de los inocentes.

En este siglo, que se ufana de un igualitarismo absoluto e inflexible, no hay acto de injusticia... o de justicia practicado contra izquierdistas, aun­que sean radicales en el orden del pensamiento y terroristas en el orden de la acción, que no provoque la erup­ción en cadena de protestas indignadas del humanitarismo laico univer­sal: instituciones internacionales de gran calibre, gobiernos, personalida­des de las más celebradas por la pro­paganda, programas torrenciales de radio y televisión, vocerío de la pren­sa, manifestaciones de masas; todo se moviliza. Y a esta movilización acu­den también voces eclesiásticas im­pacientes por aplaudir siempre lo que todos aplauden y por obtener su parte en la popularidad «moderna».

Sin embargo, todo ese humanita­rismo parece enmudecer —¡ oh, asom­bro!— cuando se trata de la protec­ción de las víctimas inocentes, sor­prendidas por el asesinato en el claus­tro materno,

Nosotros, los católicos, que para execrar el aborto voluntario tenemos los más graves motivos, ¿caeremos en tal aberración ?

Peor todavía. Esa matanza es, la mayoría de las veces, fríamente con­fabulada entre el padre y la madre, y realizada con la complicidad hiperes­pecializada de la ciencia. Y ello hasta tal punto que, «despenalizado» el aborto, la interrupción técnica del em­barazo será una especialidad profesio­nal que dentro de algún tiempo ya no causará horror. Es decir, se considera­rá como cosa normal la matanza de inocentes.

Pero todo esto, por muy malo que sea, aún no será lo peor. El nefando crimen de asesinato de inocentes en muchísimos casos no roba a sus vícti­mas sólo la vida terrena, sino también la bienaventuranza eterna, ya que, con mucha frecuencia, los abortados expiran antes de haber recibido el Sa­cramento del Bautismo.

Alguien objetará que todas esas consideraciones sólo tienen funda­mento en el supuesto de que el abor­to constituye un crimen contra la vida humana; una transgresión grave del V Mandamiento: «No matarás». Pero, añadirá, una designación tan severa parece exagerada, tratándose de la interrupción de la vida de un ente humano todavía incompletamente constituido.

Un análisis de tal argumentación tendría sentido si el presente Llama­miento, además de ser dirigido al ve­nerable Episcopado nacional y a la opinión católica, lo fuese también a los sectores, verdaderamente minori­tarios, en los que impera la indiferen­cia, el laicismo o el ateísmo. Sin em­bargo, éste no es el caso. Bastará con que le recordemos al lector católico que los documentos pontificios relati­vos al asunto siempre censuraron se­veramente el aborto (6).

Criminales, sí, responsables por «intervenciones mortíferas»: la expre­sión fluye de la pluma autorizada de Pío XI (cfr. nota 6). Así, pues, los cató­licos no pueden censurar como exa­gerado el calificativo dado aquí a los que practican el aborto.





V – Llamamiento especial al público católico: ¿por qué?



Es el momento de describir aquí las circunstancias que llevaron a la TFP a dar al presente documento, no el carácter de un llamamiento a toda la opinión pública, sino solamente a la opinión católica de la nación, desde sus más altos hasta sus más modes­tos integrantes.

Este Llamamiento solamente pre­tende ser una voz dentro del conjunto de voces que se están pronunciando contra el aborto. Una componente de esta realidad más amplia que es el movimiento antiabortista visto en su globalidad.

A tal movimiento le cabe incorpo­rar contra el aborto cada sector de la opinión pública nacional: hasta los mismos ateos, por lo tanto. A este esfuerzo antiabortista global le corres­ponde alertar a los distraídos, orientar a los que dudan y persuadir a los que objetan.

El presente Llamamiento tiene un objetivo mucho más circunscrito. Se dirige específicamente hacia la opi­nión católica con la intención de ofre­cerle, con todo el aprecio y con cris­tiano afecto, algunas reflexiones apro­piadas para el momento.





VI – La participación de los católicos en la catástrofe



Como ya hemos dicho (cfr. ítem 1), y tal como los hechos lo hacen clamo­rosamente patente, la victoria del PSOE constituye para los católicos una catástrofe bajo cuyo peso esta­mos gimiendo.

Tal catástrofe se debió —como ya hemos recordado también (cfr. nota 4)— a la colaboración amplia de votos católicos. Es lo que se desprende, por ejemplo, del análisis de los resultados electorales de las zonas más señala­damente católicas de la nación. La importancia de la colaboración católi­ca para la victoria socialista aparece incluso en unas declaraciones de Feli­pe González (cfr. nota 4).

Un hecho anómalo tan sorprenden­te debe ser explicado y corregido en sus causas, pues de lo contrario éstas podrán pesar de modo igualmente desfavorable en la conducta de los católicos durante la campaña antia­bortista.

Más claramente: el mismo factor que nos llevó a la catástrofe nos im­pedirá de salir de ella. Y eso no es­panta, pues, por muy justo que sea el empeño de los múltiples dirigentes de la campaña antiabortista en interesar a las más variadas corrientes de opi­nión en el esfuerzo general, sin em­bargo, la fuerza de impacto del movi­miento antiabortista está en los cató­licos. Y si esa fuerza fuera débil, tam­bién lo sería el impacto. Es decir, la campaña antiabortista corre un grave riesgo de no producir toda la impre­sión necesaria para alcanzar la victo­ria.

Tal observación impone la pregun­ta: ¿cuál fue el factor determinante de la conducta de los católicos que vota­ron en favor del socialismo?





VII – Estado de espíritu



Un loable deseo de preservar al género humano de una nueva guerra mundial indujo a numerosisimos hombres de Estado contemporáneos a promover, ya desde Yalta, una politica «distensionista» con relación a Rusia. El imperio comunista, conti­nuamente instalado sobre las bases artificiales —y en cuanto tales, preca­rias— de una dictadura feroz y omní­moda, y devastado por crisis econó­micas cada vez más graves, debe, por paradoja, a esa política su triunfal ex­pansión a lo largo de las cuatro déca­das de esta posguerra.

Esa política está fundamentada en un concepto de los hombres y de las cosas del que está excluido la idea del mal. Parecería que según los seguido­res de esa política, los hombres (por lo menos los de izquierda) son conce­bidos sin pecado original. Y que, por lo tanto, si los de izquierda están dis­puestos a agredir, eso se debe esen­cialmente a que sus adversarios de centro y de derecha no han sabido tratarlos adecuadamente.

A cada exigencia de los de izquier­da correspóndase con una actitud de «comprensión», de simpatía y de con­fianza. Háganse concesiones. No se les manifieste el menor temor. En consecuencia, ábranse nuestras fron­teras, franquéense nuestros ambien­tes religiosos, culturales, científicos, políticos, publicitarios e incluso milita­res.

Convívase con ellos desprevenida y cándidamente en cualquier tipo de actividades, desde el ballet hasta la producción industrial.

Sobre todo, nunca jamás se pole­mice con ellos. La era de las polémi­cas cesó. La del diálogo se abrió. Y por diálogo entiéndase un estilo de relaciones que supone, del lado no comunista, todas las ingenuidades, todos los malabarismos verbales, y, por fin, los pequeños y los grandes falseamientos doctrinales (7).

Agréguese a todo eso la colabora­ción económica infatigable y cada vez más notoria del capitalismo occiden­tal con la Rusia soviética y las nacio­nes satélites, con China y con cuantos enclaves más o menos ocultos el co­munismo tiene por el mundo; y ahí se explica como lo que sucesivamentese denominó política de la mano tendida, caída de las barreras ideológicas y, por fin, Ostpolitik y détente, dejó al mundo entero, al cabo de cuarenta años, en un estado de terror ante el peligro comunista, y a tal extremo que personajes serios, desde otros puntos de vista, llegan hoy hasta pronunciar­se a favor... del desarme nuclear uni­lateral de Occidente. Es decir, ¡la ver­gonzosa capitulación del Occidente ante el molock rojo! Esta «ola» más reciente de pacifismo es el fruto más característico de la táctica que aquí está siendo descrita. De tanto agradar a la fiera, estamos empezando a capi­tular totalmente delante de ella.

Como se ve, la fuerza motriz de toda esta galopada de errores ha sido un estado de espíritu: el del hombre occidental obsesionado por el pánico de una nueva guerra y propenso a caer en todos los engaños, mientras pueda continuar alegremente el ludus de su vivir seguro, abundante y des­preocupado.

Este estado de espíritu también contagió a los medios específicamen­te religiosos, llevándolos a atenuar paulatinamente la conducta de la Santa Iglesia de Dios frente al comu­nismo. De ahí nació la política muy peculiar del Concilio Vaticano II, que omitió toda condenación explícita del mayor adversario de la Iglesia en nuestros días, es decir, el comunismo. Un mensaje de 450 Padres Concilia­res de 86 países pidiendo la condena­ción del comunismo no fue sometida a la apreciación de la Magna Asam ­blea debido a una «luz roja» hasta el día de hoy poco explicada en la Se ­cretaría de la Comisión Conciliar res­ponsable por la preparación del es­quema sobre la Iglesia en el mundo moderno (8). Y la «Iglesia Ortodoxa Rusa», simple administración eclesiás­tica al servicio de los señores del Kremlin, fue invitada, ya antes del Concilio, a enviar «observadores» a este último. Según consta, tales ob­servadores «vetaron» la aprobación de documentos como el referido mensa­je (9).

La política de Pablo VI frente al Gobierno soviético tuvo además una evidente correlación con el pacifismo de posguerra. Y por eso mereció lla­marse «Ostpolítik» vaticana (10).

De todo lo dicho no es difícil sacar la gran conclusión. Si un lado tiene la determinación de afirmarse, de ex­pandirse, de conquistar, y otro sólo tiene el deseo de engañarse asimis­mo, de despreocuparse, de ceder, for­zosamente el primero acabará por eli­minar al segundo...

Hasta ese punto puede llevar la acción destructiva de los estados de espíritu, hábilmente conducida desde Moscú, por medio de la guerra psico­lógica revolucionaria.





VIII - Doctrinas



El hombre es un animal racional. Y, en consecuencia, siempre buscará justificaciones doctrinales mejor o peor bien articuladas, que le cohones­ten el modo de proceder (11).

No cabe en los límites naturales de este Llamamiento el tratar de cada una de estas doctrinas. Baste indicar las que se encuentran más difundidas en varios sectores del público.

Según una de ellas, el mundo está caminando, desde hace mucho, y ca­minará cada vez más, por determina­do fatalismo histórico, hacia la iz­quierda. Y de nada sirve, pues, resistir hoy al socialismo. Con esto se afirma, implícitamente, que de nada servirá resistir mañana al comunismo.

Otra es la de que todo el mundo comunista tiende hacia una mitiga­ción de sus doctrinas y formas especí­ficas, con lo cual, a su vez, se postula que el mundo occidental haga lo mis­mo. De esa recíproca pérdida de par­ticularidades y de los contornos de los dos mundos resultaría en el futuro una convergencia de filosofías y de regímenes, en algún punto ideal del camino que los une. Es decir, en un orden de cosas semicomunista. La utopía autogestionaria socialista, pre­gonada por el actual Gobierno fran­cés, sería tal vez el modo concreto de realizar ese sueño. Sueño que a los desprevenidos les puede parecer una atenuación de las metas de Marx, pero que los que conocen el asunto saben muy bien que tal sueño es, por el contrario, la realización de la trans­meta del comunismo (12).

Esas varias doctrinas erróneas pa­recen culminar en una actitud que constituye un matiz muy sintomático de las distintas manifestaciones antia­bortistas.

Este matiz es la quintaesencia más concentrada del pacifismo. Conviene señalar su efecto concreto.





IX – El mutismo flemático de las manifestaciones antiaboristas



En vista de la bofetada (no cabe otra palabra) dada por el PSOE a los sectores católicos que le votaron —o que declaran lícito votarle—, la reac­ción de ciertos antiabortistas no ha consistido en usar todos, enteramente todos, los medíos lícitos para evitar la matanza de los inocentes que amena­za comenzar en breve en España, por un tiempo indeterminado, siglos tal vez. Sin duda, que esta preocupación está presente, pero divide la atención y el celo de sus mentores con otra preocupación inesperada: no herir a los socialistas. En otras palabras, de­fender las víctimas de la matanza de los inocentes, sí; pero, pari passu, evi­tar causarles traumas ideológicos o afectivos a los que trabajan por tal matanza.

Análoga postura sería manifiesta­mente considerada inadmisible si se tratase de asesinos de niños ya naci­dos. ¿Por qué, entonces, considerarla admisible con relación al «nascitu­rus»?

No se debe deducir de ahí que la agresión física o moral contra la per­sona del abortista sea legítima. Este tipo de agresiones no sirven a la cau­sa antiabortista, sino que le confieren aires de ilegalidad y dan pretexto a persecuciones legales que no sirven más que para hacerla antipática y para restringir, consecuentemente, su indispensable libertad de acción.

Pero entre este posible antiabortis­mo exacerbado y un antiabortismo sin sal, sin fuego y sin vida —en una palabra, sin una verdadera y cristiana hispanidad— la distancia es muy gran­de. Y entre estos dos extremos corre la vía del sentido común, el cual sabe inspirar las campañas que exige el momento; campañas cuyas manifes­taciones públicas no se reduzcan sólo, o casi sólo, al desfile largo y melancó­lico de multitudes silenciosas, sino que encuentren medios de expresarse digna y naturalmente con carácter, nervio e impacto.

Por cierto, en esta España en don­de hay libertad para todo y para to­dos, hasta tal punto que el abortismo inherente a la doctrina socialista (13) ha podido alcanzar el grado de in­fluencia que hoy disfruta, no se com­prende por qué el antiabortismo debería amordazarse a sí mismo, reducien­do de esta forma muy notablemente sus posibilidades de éxito.

En otros términos, las manifesta­ciones antiabortistas constituidas de multitudes a las que muy españolamente les gustaría proclamar y cantar sus convicciones en alta voz, y expli­car caballerosamente su noble dis­conformidad, reciben, por el contrario, la norma de desfilar en un silencio lívido y sumiso.

Tales técnicas a lo mejor impresio­nen a otros pueblos, en cuyas venas circule otra sangre y cuyos hijos hu­bieran visto la luz de un sol menos ardiante.

Entre nosotros sirven para reunir a los antiabortistas más decididos, pero nunca para mover ciudades enteras.

Alguno replicará, tal vez, que esa técnica del silencio no pretende evitar ecuménicamente la ruptura del diálo­go y la inauguración de la polémica con los socialistas, sino que la inspira, eso sí, el recelo de agresiones físicas de estos últimos contra los antiabor­tistas.

Si esto fuese verdad nos veríamos obligados a constatar que, bajo el sig­no del socialismo, la España democrá­tica ya se ha transformado en una dictadura. En la dictadura de un parti­do que reduciría al silencio a los que discrepasen. Y esto ante la mirada indolente o complaciente de un gabi­nete emanado de este mismo partido.

No; no es creíble que hayamos lle­gado ya tan lejos.

¿Serán otros los motivos del mu­tismo oficial de la táctica antiabortis­ta?

Sencillamente, a la TFP no le es posible averiguarlo. Y lo mismo a mi­llones de españoles que, interrogados a este respecto, nada sabrían respon­der. Que el presente Llamamiento sir­va, pues, para que los organizadores de las actuales manifestaciones antia­bortistas —dignos de simpatía y de aplauso por causa de las concurridas manifestaciones que empiezan a apo­yar al movimiento— expliquen públi­camente las razones del modo de ac­tuar que preceptúan.





X – La indignación, un deber moral



En suma, delante de una propuesta como la abortista, la indignación —dentro de la ley y del orden— no es sólo una actitud lícita para los católi­cos, sino que es el resultado forzoso de un verdadero imperativo moral, el fruto noble y bello de celo. Tal como ocurría ante el exterminio en masa de recién nacidos.

¿Por qué no podemos nosotros, los católicos, emplear contra el extermi­nio del «nasciturus» toda la indigna­ción con la que se expresan (y es el caso de recordarlo una vez más) las protestas humanitarias contra las vio­lencias cuyas víctimas son izquierdis­tas?

En fin, ¿por qué dos pesos y dos medidas?





XI – Un apólogo



Imaginémonos en plena época de Herodes. Para matar al Niño Dios co­menzó el execrable exterminio de los inocentes. Inmediatamente la indig­nación popular empieza a hervir, pero un influyente judío se interpone, te­meroso no sólo de que, como conse­cuencia de tal reacción, sea conmovi­da la autoridad constituida, sino tam­bién que se irriten los ánimos y la marca de la discordia divida irreme­diablemente al país por mucho tiem­po. Ese judío interpone entonces su influencia para disminuir la reacción popular. En buena parte lo consigue, y la matanza continúa. Es comprensible que Herodes, que ya había comenza­do a vacilar, se sienta menos cohibido para continuar su atroz persecución. No es difícil admitir que ese apacigua­dor influyente pase entonces a gozar de su crédito y simpatía, que sea invi­tado a sus fiestas y sea alabado públi­camente delante de sus coterráneos. Pero es imposible no preguntarse lo que le dijeron a Dios acerca de tal «apaciguador» las voces cándidas de esos inocentes.

Con este apólogo terminamos el presente Llamamiento.





XII – Mirada puesta en el futuro



No lo haremos, sin embargo, sin volver la mirada hacia el futuro de España.

¿Qué efecto tendrá sobre el carác­ter de los españoles el mutismo inex­plicado de una campaña tan justa?

Quien presencia una acción de ad­mirable valor moral, pero la ama y admira menos de lo que se merece, o la alaba menos de lo que le corres­ponde, peca contra la justicia; e, ipso facto, deforma su propio modo de ser moral.

Quien, ante un acto atrozmente censurable, lo censura menos de lo que merece, incurre en falta análoga y deforma su propio modo de ser moral. Este sería el caso, por ejemplo, de un hombre que, al ver a un extranjero arrancar de lo alto de un mástil la bandera nacional y pisotearla, inspira­do por razones de prudencia, encon­trase como modo de expresar su dis­conformidad solamente un silencio melancólico.

No conviene inducir a análoga con­ducta a lo que hay de más sano en la opinión pública española. Ni dar este ejemplo nocivo a las generaciones que se están formando para la vida.





XIII – Súplica de la TFP



La fe inspira una osadía muy dife­rente de ese mutismo. La esperanza infunde la certeza anticipada de la ayuda de la Virgen en favor de las osadías inspiradas por la fe. La cari­dad, esto es, el amor de Dios y el amor al prójimo por amor de Dios, conduce a sacrificios mucho mayores que esos simples silencios prudentes.

Que la fe, la esperanza y la caridad muevan el conocido celo de la España cristiana a todas las osadías moral­mente lícitas y legalmente permitidas, es lo que la TFP pide en favor de la civilización cristiana —en la cual es intrínseca la garantía del derecho del «nasciturus».

La TFP —entidad cívica de insiración cristiana destinada a defender, en el campo temporal, la civilización nacida de las enseñanzas del Evangelio— dirige su Llamamiento:

— a la ilustre Jerarquía eclesiástica, con la filial veneración que le debe;

— a los dirigentes de la campaña antiabortista, con la consideración, la simpatía y el deseo de colaboración que se merecen;

— a todos y a cada uno de los participantes de la campaña antiabor­tista, para que consideren nuestras alegaciones y, si a ellas acceden, que procedan en consecuencia con gallar­día;

— a todos los católicos españoles, para que se dediquen a fondo a la campaña antiabortista, que comenzó en buena hora y en cuyo éxito se puede depositar toda esperanza:

— a todos los españoles, para que la experiencia trágica de la ofensiva proaborto lanzada por el PSOE les abra los ojos sobre la verdadera índo­le y las metas reales del socialismo.





XIV – Petición pro referéndum: una iniciativa que entusiasma



Este Llamamiento también incluye un apoyo entusiasmado a las bene­méritas entidades que hán comenzan­do la recogida de firmas pro referéndum. Incluso en la hipótesis extrema de que el Gobierno, procediendo anti­democráticamente, rehúse consultar a la nación sobre asunto de importan­cia tan grande, es necesario —es ab­solutamente necesario— que un nú­mero aplastante de apoyo abrumador a la petición pruebe al mundo que España no quiere la ley que el socia­lismo pretende imponerle.

La TFP, que de modo especial está trabajando en la recogida de firmas, convoca a todos sus socios, coopera­dores y corresponsales en el territorio español, a dar su apoyo a las varias formas legítimas de manifestación de disconformidad con la ley del aborto.

Este Llamamiento fue firmado en el Cerro de los Angeles, delante de la imagen histórica del Sagrado Corazón de Jesús, a quien la TFP confía el éxito de la presente iniciativa.



Madrid, 1 de abril de 1983



__________



En ese mismo lugar, y antes de firmar este documento, los signatarios rezaron un rosario por la grandeza y por la paz cristiana en Espa­ña.

Sociedad Española de Defensa de la Tradición , Família y Propiedad-Covadon­ga (TFP).



Notas:



(1) Con el título El socialismo español y la doctrina tradicional de la Iglesia , la Carta abierta al PSOE fue publicada en el «ABC» de Madrid el 22 de octubre de 1982. Desde este día hasta la antevíspera de las elecciones, los socios y cooperado­res de la TFP distribuyeron 150 mil ejem­plares de la Carta abierta en las vías públi­cas de Madrid, Zaragoza y Málaga. Con motivo de esa publicación y su posterior distribución directa a los transeúntes, la TFP recibió calurosas manifestaciones de apoyo de la población.

Ni antes ni después de las elecciones la entidad recibió alguna respuesta del PSOE a esa Carta abierta, formulada, sin embar­go, en términos serenos y elevados.



(2) Esta esperanza era, además, ente­ramente injustificada en lo referente al aborto y a la planificación familiar, pues el Programa Electoral ya preconizaba medi­das que conducían a eso (cfr. Cap. II, item 9.2, y Cap. III, item 2.2.4).

En su Carta abierta al PSOE, la TFP teje consideraciones sobre la alegada moderación en esa y otras materias, del Programa Electoral del partido actualmente en el poder.



(3) En una nota del 23 de septiembre del año pasado, la Comisión Permanente de la Conferencia Episcopal declaraba que « la Iglesia no debe identificarse con ninguna postura politica ni imponerla autoritariamente a sus fieles». Y agregaba: «Sin ignorar que ningún programa politico agota las exigencias del Evangelio (el elector cristiano) procura inclinarse por aquel que a su juicio conduzca con mayor eficiencia hacia el bien común de la sociedad, del cual son componentes la vida religiosa y los comportamientos morales» (cfr. ABC, 24-9-82). Así la comisión Permanente de la Conferencia Episcopal dejaba a criterio de cada fiel decidir cuál sería el programa partidario preferible desde el punto de vista católico. Lo que equivalía en las condiciones concretas de nuestra nación, a dejar la puerta abierta para que muchos católicos simpatizantes del socialismo les diesen su voto a los candidatos del PSOE. Es público y notorio que así fue, efectivamente entendido por innumerables fieles (cfr. Nota 4).

Además, el cardenal Tarancón declaró, un año antes que «si el PSOE llegara al Poder, en la Iglesia española no pasaría nada», agregando que «con gobiernos menos católicos la Iglesia vive mejor» (ABC, y EL PAIS, 22-8-81).

Después de las elecciones, el mismo purpurado confirmó sus esperanzas de unas buenas relaciones con el PSOE: «Creo que los socialistas españoles harán todo lo posible por no enfrentarse con la Iglesia. Pienso , por el contrario, que tenderán cables de diálogo» (ABC, 6-1-83).

El obispo de Canarias, monseñor ramón Echarren, también «ve con un gran optimismo» las relaciones de la Iglesia con el PSOE —según informa un diario madrile­ño— y hace «una llamada a todos los espa­ñoles para que colaboren seriamente con los que han ganado las elecciones» («Ya», 3-12-82).

Monseñor Ramón Buxarrais, obispo de Málaga, va más lejos. Además de la cola­boración, exhorta a la sumisión al sistema socialista que el PSOE quiere implantar (cfr. «Heraldo de Aragón», 26-11-82).

El obispo auxiliar de Madrid, monseñor Alberto Iniesta, señala incluso la posibili­dad de que la Iglesia acepte la despenali­zación del aborto:

«Doy por sabidas, en principio, las razo­nes de los abortistas y antiabortistas y deseo fijarme especialmente en los aspec­tos no eclécticos, que no caben en este terreno, pero si fronterizos y dialogantes.

Deseo recordar, en primer término, que en el mensaje fundamental del Evangelio hay suficiente sintonía con todas las cau­sas en favor del hombre como para que los católicos podamos comulgar y colaborar con todas las opciones de lo que hoy po­dría englobarse con el enunciado general de una ética de izquierdas o programa socialista en el sentido amplio de la pala­bra, y así lo venimos haciendo muchos y lo seguiremos haciendo. Inclusive en aquellos aspectos que no compartimos desde nues­tra moral cristiana, no tenemos inconve­niente, por respeto a la libertad de con­ciencia y al pluralismo de la sociedad, en aceptar su legalización, como ocurrió con la despenalización del adulterio o con la implantación del divorcio civil (...).

Es el tema de la legalización del aborto el único quizá en el que, aun la Iglesia más abierta, no puede en su conciencia dar el sí» («El País, 18-1-83).

En otras palabras, la Iglesia , probable­mente, no dirá sí a la legalización del aborto: pero háganlo los socialistas, que ella tampoco dirá no. Es decir, vivirá sin clamar a cada momento, en todos los lugares, para que cese cuanto antes la injusticia clamorosa de la matanza de los inocentes.

Afortunadamente, en las filas del Episcopado no faltó quien asumiese una posición valiente de enfrentamiento al aborto. De entre los que así procedieron entusiasmó a la opinión pública, recibiendo los aplausos generales, monseñor Guerra Campos, obispo de Cuenca, que el 28 de enero divulgó una firme Instrucción alertando a las autoridades y fieles sobre sus responsabilidades frente al problema:

«Es hora de reflexión para tantas personas responsables en la Iglesia que han contribuido a crear la situación que ahora se condena. Situación que, según se declara, mina los fundamentos de todo el orden moral y de la sociedad; no solo por el aborto, sino por el contexto de ataque brutal a la familia, de erosión sistemática y oficialmente favorecida del sentido cristiano de la vida, de corrupción de niños y jóvenes. (...)

Esos males no eran imprevisibles, porque sus promotores ya los patrocinaban y anunciaban abiertamente desde hace años.

Dicho queda que personas responsables en la Iglesia , entre ellas pastores y prelados, han contribuido a plantar el árbol que da tales frutos. ¿Cómo? Con incitaciones, con silencios y neutralidades habilidosas, con orientaciones equívocas, con predicciones optimistas, con respuestas legitimadoras, con expresiones de satisfacción por la cooperación de los católicos. No se puede evitar que algunas declaraciones de ahora reproduzcan otra vez la imagen clásica de quien levanta cadalsos a los efectos después de haber entronizado las causas. Estamos ante un fenómeno de ligereza y complicidad, cuyas consecuencias dañosas son incalculables» (“El Alcázar”, 26-2-83).

También tuvo un efecto alentador la declaración categórica y sustancial de la Hermandad Sacerdotal Española, en la cual califica al aborto de «asesinato» y de «matanza de inocentes», y lamenta «las flagrantes contradicciones de unos gober­nantes que, tras haber luchado ardiente­mente por la abolición de la pena de muer­te para los asesinos, ahora vienen de he­cho a aceptar la pena de muerte por ley para seres más inocentes, débiles e inde­fensos» (cfr. «Fuerza Nueva», 26-2 al 12-3-83, págs. 24-25).



(4) Al comentar la noticia, que circula en medios políticos, de que el PSOE im­pondrá la disciplina de partido en la vota­ción del aborto, el órgano oficioso del Epis­copado, «Ya», comenta: «El respeto tan traído y tan llevado a la libertad de con­ciencia, que los líderes socialistas procla­maban antes de las elecciones para tran­quilizar el voto de algunos católicos, va quedar, como preveíamos, en agua de bo­rrajas. Y en algo peor. Los millones de electores católicos que dieron su sí al socialismo, y que son los que han permitido a éste alcanzar la anormal mayoría hege­mónica de que hoy dispone, tendrán la lamentable eficacia de encadenar también el voto de los diputados católicos que hay en el PSOE a la ley que propugna la permi­sividad del aborto» («Ya», 30-1-83).

También el presidente de la Conferencia Episcopal Española, monseñor Gabino Díaz Merchán, arzobispo de Oviedo, reconoce que millones de católicos votaron al PSOE, no viendo, sin embargo, en eso una trai­ción a la conciencia cristiana:

«Ha habido muchos católicos que han votado al PSOE, pero ello no significa una aceptación íntegra de su programa. (...).

Considero que el voto a favor del PSOE ha sido, en muchos cristianos, un voto a la esperanza y a los aspectos que les pare­cían positivos en su programa, lo que no suponía echarse a la espalda su condición de cristianos.

Se ha visto mejor con la venida del Papa. Los millones de personas que han estado con él y le expresaron su adhesión y su alegría de sentirse cristianos –aunque no pueda deducirse de esto que sean unos católicos convencidos– demostraron que no es contradictorio el voto socialista y el masivo recibimiento al Papa.

Pero no admito que el voto al PSOE equivalga a un voto al aborto. Poseo testimonios de gentes, tanto creyentes como no creyentes, que dicen que han votado al PSOE y consideran el aborto una monstruosidad» (“Ya” y “El Pais”, 20-2-83).

Monseñor Iniesta, obispo auxiliar de Madrid, admite como verdadero el voto de muchos católicos a los candidatos del PSOE: «Si diez millones votaron al PSOE, otros diez por lo menos dijeron sí al Papa. Pero ni aquéllos ni éstos estamos muy seguros de que sucribirían un cheque en blanco ni al PSOE ni a la Iglesia en todos sus programas. Aparte de que en muchos casos se trataba de los mismos ciudadanos» (“El Pais”, 18-1-83).

El mismo presidente del gobierno, Felipe González, declara que su partido recibió, en las últimas elecciones, tres millones y medio de votos «en prenda», «probablemente porque no había otra opción que los recibiese» (“Informaciones”,17-2-83). Sobre el origen de esos votos «en prenda», las declaraciones antes citadas son bastante ilustrativos. Pero no hay que perder de vista que dentro del mismo PSOE los cristianos son numerosos, como él afirma con toda naturalidad: «Felipe González fue tajante al decir que no se debía sacralizar la doctrina de Marx, que, en todo caso, ha supuesto una aportación al acervo de toda la humanidad y no sólo del socialismo. En el PSOE no se plantea este problema en la actualidad porque coexisten pacificamente personas que defienden a Marx, pero apenas le conocen, con otros que le conocen, pero no defienden con tanto ardor sus teorías, hasta cristianos que desean modificar la sociedad más por su cristianismo que desde la perspectiva marxista» (“Informaciones”, 17-2-83).

El obispo de Gerona, monseñor Jaime Camprodón, en carta abierta a los sacerdo­tes de su diócesis, también señala compla­cido que «ahora hay cristianos presentes en todos los partidos, hecho que no se daba años atrás», y que «muchos cristianos han votado por el cambio, algunos lo han hecho por motivaciones cristianas». Con­cluye monseñor Camprodón: «No podemos acotar la Iglesia en un sector político de­terminado, como se había hecho en otro tiempo» («Ya», 9-1-82).



(5) Poco antes de la revolución repu­blicana del siglo pasado, cuando era confe­sor de la reina, San Antonio María Claret conoció el socialismo en Andalucía, y lo condenó en términos categóricos. En dos revelaciones proféticas, San Antonio María Claret vio que los males que sobrevendrían a España serían la descristianización, la proclamación de la República y el comunismo (cfr. San Antonio María Claret, Escritos autobiográficos y espirituales, B. A. C., Madrid, 1959. págs. 381, 384, 390 y 393).



(6) Para citar sólo Papas de este si­glo, y teniendo en cuenta las limitaciones naturales de espacio de un documento como el presente, serán mencionados aqui - de entre muchos– un único texto de Pío XI y otro de Pío XII.

En la Encíclica Casti Connubii, de 31 de diciembre de 1930, enseña Pio XI: «Y tenemos que tocar todavía venerables her­manos, otro delito gravisimo con el que se atenta contra la vida de la prole encerrada en el claustro materno. Pretenden unos que esto sea permitido y que quede al beneplácito de la madre o del padre; otros, por el contrario, lo estiman ilícito, a no ser que concurran motivos graves, a que dan el nombre de indicación médica, social o eugenésica. Todos éstos, por lo que se refiere a las leyes penales que prohiben la muerte de la prole engendrada y no nacida todavía, exigen que las leyes públicas se reconozcan y declaren libre de toda pena el tipo de indicación que cada cual defien­de. Más aún, no faltan quienes pidan el concurso de los magistrados públicos en estas intervenciones mortíferas, que, ¡oh, dolor!, son sumamente frecuentes en algunas partes, como es sabido de todos. (...). Pero ¿qué podrá jamás excusar en modo alguno la muerte directa del inocente? Y de ésta se trata aquí. Se la infiera a la madre o a la prole, está contra el precepto de Dios y la voz de la naturaleza: “!No matarás!” (Ex. 20, 13; cfr. Decretos del Santo Oficio de 4 de mayo de 1898, 24 de julio de 1895 y 31 de mayo de 1884). La vida de ambos es igualmente sagrada, y ni siquiera la autoridad pública estará facultada jamás para conculcarla» (Doctrina Pontificia. Documentos Sociales, B.A.C., Madrid 1964, vol. III, 2ª. Edición, pags. 578-9).

Pío XII no es menos vehemente en la condenación del aborto. Afirma en su alocución del 29 de octubre de 1951 a las matronas: «Además de esto, todo ser humano, incluso el niño en el seno de su madre, recibe el derecho a la vida inmediatamente de Dios, y no de los progenitores ni de cualquier sociedad o autoridad humana. Por tanto, no existe ningún hombre, ninguna autoridad humana, ninguna ciencia, ninguna “indicación” médica, eugénica, social, económica, moral, que pueda exhibir u otorgar un título jurídico válido para directa y deliberadamente disponer de una vida humana inocente, es decir, una disposición que se dirija a su destrucción, sea como fin, sea como medio para obtener un fin que tal vez en si mismo no sea absolutamente ilegítimo. Así, por ejemplo, salvar la vida de una madre es un fin muy noble; pero directamente matar al niño como medio de obtener ese fin no es licito. La destrucción directa de una así llamada "vida sin valor", nacida o aún no nacida, practicada desde hace unos años en gran escala, de ninguna manera puede justificarse. (...) La vida de un inocente es intocable y cualquier atentado directo o agresión contra ella viola una de las leyes fundamentales, sin las cuales no es posible una convivencia humana segura. No nece­sitamos enseñaros detalladamente el signi­ficado y el alcance, en vuestra profesión, de esa ley fundamental. Pero no os olvidéis que por encima de cualquier ley humana y por encima de toda "indicación" se levan­ta, indefectible, la ley de Dios» (Discorsi e Radiomessaggi di Sua Santità Pío XII, vol. III. pág. 336).

El Magisterio conciliar y posconciliar, en el que ciertas corrientes católicas afirman la existencia de disonancias con relación al Magisterio preconciliar tradicional, tampo­co toleró, sin embargo, ninguna discrepan­cia en este asunto.

La Constitución Pastoral Gaudium et Spes, del Concilio Vaticano II, afirma claramente que «el aborto y el infanticidio son crímenes abominables» (núm. 51).

No es otra fa enseñanza de Juan Pa­blo II, impartida con motivo de la visita a nuestra Patria:

«Hay otro aspecto, aún más grave y fundamental, que se refiere al amor conyu­gal como fuente de la vida: hablo del res­peto absoluto a la vida humana, que nin­guna persona o institución, privada o pública, puede ignorar. Por ello, quien negara la defensa a la persona humana más inocente y débil, a la persona humana ya concebida, aunque todavía no nacida, cometería una gravísima violación del orden moral. Nunca se puede legitimar la muerte de un inocente. Se minaría el mismo fundamento de la sociedad.

¿Qué sentido tendría hablar de la dignidad del hombre, de sus derechos fundamentales, si no se protege a un inocente o se llega incluso a facilitar los medios o servicios, privados o públicos, para destruir vidas humanas indefensas? ¡Queridos esposos! Cristos os ha confiado a su espíritu para que no olvidéis sus palabras. En este sentido sus palabras son muy serias: “Ay de aquel que escandaliza a uno de estos pequeñuelos!...; sus ángeles en el cielo contemplan siempre el rostro del Padre”. El quiso ser reconocido por primera vez por un niño que vivía aún en el vientre de su madre, un niño que se alegró y saltó de gozo ante su presencia» (El proyecto cristiano para la vida familiar – Homilia durante la misa para las familias cristianas, in Juan Pablo II en España – Texto completo de todos los discursos, B.A.C., Madrid, 1982, pág. 54).

Por fin, tanto el Código de Derecho Canónico de 1917 como el que acaba de ser promulgado, determinan la pena de excomunión latae sententiae a «los que procuran el aborto (...) si él se verifica» (respectivamente, cánones 2350 y 1398).



(7) Sobre este tema léase el excelen­te estudio del profesor Plinio Corréa de Oliveira, Trasbordo ideológico inadvertido y diálogo, Editorial C.I.O., S. A., Madrid, 1971, 79 páginas.



(8) Cfr. Pe. Ralph M. Wiltgen S. V. D., The Rhine flows into the Tiber - A History of Vatican II, Augustine Publishing com­pany, Devon , 1978, págs. 272 a 278.

La Constitución Pastoral Gaudium et Spes se limitó a la inclusión de una nota, en el punto que se refiere al ateísmo, remi­tiendo a documentos de Pío XI, Pío XII, Juan XXIII y Pablo VI, en los que, entre otros errores, es condenado también el comunismo. Según la norma propia de todas las citas, los documentos a que se hace referencia sólo son alegados en tanto en cuanto corroboran la censura al ateismo. Así, la Gaudium et Spes parece limitar su condenación explícita al ateísmo comunista.

Detáquese, además, que la Gaudium et Spes evitó cuidadosamente emplear la palabra comunismo, sea en el texto, sea en la nota. La referencia al comunismo es hecha por circunloquios:

«20. (...) Entre las formas del ateísmo moderno debe mencionarse la que pone la liberación del hombre principalmente en su liberación económica y social. Pretende este ateísmo que la religión, por su propia naturaleza, es un obstáculo para esta liberación, porque, al orientar el espíritu humano hacia una vida futura ilusoria, apartaría al hombre del esfuerzo por levantar la ciudad temporal. Por eso, cuando los defensores de esta doctrina logran alcanzar el dominio político del Estado, atacan violentamente a la religión, difundiendo el ateísmo, sobre todo en materia educativa, con el uso de todos los medios de presión que tiene a su alcance el poder público.

21. (Actitud de la Iglesia ante el ateísmo.) La Iglesia , fiel a Dios y fiel a los hombres, no puede dejar de reprobar con dolor, pero con firmeza, como hasta ahora ha reprobado, esas perniciosas doctrinas y conductas, que son contrarias a la razón y a la experiencia humana universal y privan al hombre de su innata grandezza (16)» (Gaudium et Spes, números 20 y 21).

La nota 16 del documento conciliar remite, sin mayores aclaraciones, a las enciclicas Divini Redemptoris, de Pío XI, Ad Apostolorum Principis, de Pío XII, Mater et Magistra, de Juan XXIII, y Ecclesiam Suam, de Pablo VI.



(9) Cfr. Ulisse Floridi, S.J., Moscou et le Vatican – Les dissidents soviétiques face au dialogue, Editions France-Empire, Paris, págs. 147-148.

Hasta hoy, los buenos historiadores y canonistas se indignan con el derecho de veto que los Jefes de las grandes Monar­quías católicas de Europa ejercían en los cónclaves para elegir a los Pontífices ro­manos. Y así no ahorran críticas, por cierto justas, a Francisco José, emperador de Austria, por haber vetado la elección del cardenal Rampolla como sucesor de León XIII. San Pío X suprimió muy oportu­namente ese derecho de veto.

Mucho más grave que ese veto, cuyo objeto inmediato fueron personas y no doctrinas, fue el veto ejercido por el Kremlin, a través de los «simples» observadores de la “Iglesia Ortodoxa Rusa”, sobre el pronunciamiento, de inmediato e incalculable alcance doctrinal, que 450 padres conciliares consideraron necesario.

(10) Cfr. La politica de distensión del Vaticano con los gobiernos comunistas – Para la TFP: ¿omisión o resistencia?, documento en que las TFP y entidades congéneres se declraban en estado de resistencia frente a la “Ostpolitik” de Pablo VI. Publicado en 73 periódicos y revistas de once países, esa Declaración no sufrió ninguna contestación por parte de autoridad religiosa alguna, quedando así reconocida implicitamente su ortodoxia y conformidad con las leyes de la Iglesia.

Las TFP constituyen una familia de entidades, profundamente pacíficas, pero no conformes con el estado de espíritu y la política aquí llamadas peyorativamente de pacifistas, comenzada en Yalta y que todavía en nuestros días marca profundamente varios aspectos de la vida internacional.

Tal pacifismo penetró, naturalmente, en el llamado movimiento ecuménico, que tiende a borrar cada vez más, en el terreno religioso, las fronteras entre la verdad y el error, el bien y el mal, dicho sea de paso y para completar el panorama. Pues el ecumenismo es extrínseco al tema de este Llamamiento.



(11) Dice Paul Bourget en su célebre obra Le démon du midi : «Cumple vivir como se piensa, so pena de, más tarde o más temprano, acabar pensando como se vivió» (op. Cit., Librairie Plon, Paris, 1974, vol. II, pág. 375).



(12) Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, El socialismo autogestionario: frente al comunismo, ¿es una barrera o una cabeza de puente?, Mensaje de las Sociedade de Defensa de la Tradición , Familia y Propiedad de España, Argentina, Bolivia, Brasil, Canadá, Colombia, Chile, Ecuador, Estados Unidos, Francia, Portugal, Uruguay y Vene­zuela, publicado en 49 periódicos de 19 países (cfr. «Covadonga Informa», edición especial, números 49-52, septiembre-di­ciembre 1981).

El sistema autogestionario es propug­nado también por el PSOE, como se des­prende de varios de sus documentos (cfr. El socialismo español y la doctrina tradi­cional de la Iglesia-Carta abierta de la Sociedad Cultural Covadonga-TFP al PSOE, «ABC», Madrid, 22-10-82, nota 3).



(13) Habituado a ver en el socialismo tan sólo una doctrina y una estructura partidaria orientadas hacia la implantación de un régimen socioeconómico igualitario, el gran público ignora que la instauración del aborto no es una mera peculiaridad accidental y extrínseca del PSOE, sino que, por el contrario, el aborto forma parte del orden de cosas ideal soñado por los socialistas. Así se explica que la legalización del aborto figure en el programa y en las resoluciones no sólo del PSOE, sino también en el de otros – e importantes – partidos socialistas.

Una resolución del XI Congreso de las Mujeres de la Internacional socialista dice así: «Las mujeres de la Internacional socialista defienden con todos sus medios el progreso hecho en diferentes países del mundo con relación a las leyes relativas a los anticonceptivos, aborto y divorcio» («Socialist International Women Bulletin», número 1, 1981, pág. 4).

Otra resolución del Congreso de las Mujeres de la Internacional Socialista manifiesta la solidaridad con las mujeres del PSOE y «apoyan su lucha en favor del acceso libre e informado de la mujer al control de su fertilidad, incluida la posibilidad de recurrir al aborto voluntario» («Socialist International Women Bolletin», números 4-5, 1982, pág. 29).

El programa del Partido socialista Portugués propugna: «Se revocará toda la legislación represiva del aborto, ilustrando a las poblaciones sobre los medios anticonceptivos y sobre el hecho de que el aborto no sea un medio de resolver los problemas de los excesos de natalidad. Se asegurarán rigurosas condiciones clínicas cuando el aborto sea realizado» (item 3.7.2.4).

También el programa del Partido Laborista inglés – integrante de la Internacional socialista – es favorable al aborto: «Creemos que es necesario a una legislación que asegure a todas las mujeres el derecho de interrumpir la gravidez dentro de los límites de tiempo normalmente permitidos por la legislación» (Labour's Programme 1982, pág. 104).

A su vez, los dos Partidos Socialistas italianos –el PSI y el PSDI– apoyaron la ley abortista 194 en el referéndum de 1981.

De igual manera es favorable al aborto el Partido Socialista francés (cfr. Plinio Co­rrêa de Oliveira, El socialismo autogestio­nario frente al comunismo: ¿es una barrera o una cabeza de puente?. Mensaje de las 13 TFP, nota 20).

Por lo que se refiere al PSOE, cfr. El socialismo español y la doctrina tradicional de la Iglesia - Carta abierta de la Sociedad Cultural Covadonga al PSOE, «ABC», Ma­drid, 22-10-82, ítem 1, 2.